Entenda por que André destituiu Cid e retomou comando do PDT no Ceará

Após reunião com discussões e ânimos acirrados, André Figueiredo antecipou a volta à presidência do PDT estadual e tirou Cid do posto

15:38 | Out. 02, 2023

Por: Guilherme Gonsalves
Cid Gomes e André Figueiredo travaram batalha pelo comando do PDT no Ceará; Flávio Torres (mais à esquerda) deve assumir comando da comissão provisória pedetista no Ceará (foto: Assessoria Cid Gomes/divulgação)

A primeira semana de outubro começou com movimentações agitadas na política cearense. Nesta segunda-feira, 2, o deputado federal André Figueiredo (PDT) decidiu destituir o senador Cid Gomes (PDT) do comando do PDT Ceará e voltou à presidência do partido.

"Em decorrência dos últimos acontecimentos, tive de retomar ao comando do partido. Não tinha vontade de fazer isso, mas os acordos não estavam sendo cumpridos", disse André ao colunista Carlos Mazza.

Entenda briga por comando do PDT entre André e Cid

Segundo o parlamentar, o acordo para Cid assumir o comando da sigla, firmado pelo presidente licenciado, o ministro da Previdência Carlos Lupi, seria para que o senador pacificasse o partido, não houvesse carta de anuência e nenhuma aproximação ao governo Elmano de Freitas (PT), sem ser discutido e acordado entre André, Cid, Lupi e o próprio Elmano.

"Lamentavelmente, o que nós vimos no decorrer destes três meses foi que tivemos cada vez mais dificuldades em relação à pacificação. Foi emitido uma carta de anuência para o presidente da Assembleia, Evandro Leitão, sem ter tido uma discussão prévia com a direção nacional do partido e, na última sexta-feira, 29, já se vislumbrava que seria pautada o apoio ao governo Elmano", pontuou André sobre o que não foi acordado.

De volta ao cargo de presidente estadual do PDT, André afirmou que não dá para continuar convivendo esse "desarranjo institucional" no partido. Na reunião de sexta, ele chegou a definir como "ditadura".

Acordo entre André Figueiredo e Cid Gomes

Em julho, após entraves e uma intervenção de Carlos Lupi, foi feito um acordo para que André se licenciasse e Cid assumisse o comando do PDT no Ceará, mas com a promessa de apoiar a eleição de Figueiredo para presidente do novo diretório, que assume em janeiro.

Durante o período de Cid na presidência do partido, foi dada a carta de anuência ao presidente da Assembleia, Evandro Leitão. Medida que visa abrir caminho para que o deputado, cobiçado por PT e PSB, concorra à Prefeitura de Fortaleza.

A anuência dada a Evandro foi prontamente rebatida pelo diretório nacional, comandado por André, e promete ser decidido na Justiça. Entre novas intrigas, alimentadas pelo fantasma da eleição de 2022, Figueiredo decidiu voltar ao comando do PDT Ceará e tirar Cid do posto.