Bismarck sobre volta de André ao comando do PDT: "Seguindo um caminho que não é o melhor"
De acordo com o deputado, a confusão no encontro do partido na sexta-feira, ocorreu quando Cid fez alusão às eleições de 2022, e deliberou sobre o partido apoiar ou não a gestão do governador do Estado, Elmano de Freitas (PT).
17:06 | Out. 02, 2023
O deputado federal Eduardo Bismarck (PDT) afirmou que o correligionário André Figueiredo “está seguindo um caminho que não é o melhor”, no que se refere ao retorno dele à presidência da legenda no Ceará, ocupada desde julho pelo senador Cid Gomes, após um acordo entre ambos.
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“Foi feita uma reunião, com essa minoria, onde o líder André, a quem respeito muito mas acho que está seguindo um caminho que não é o melhor, é a minha opinião dentro do partido, resolveu descumprir o acordo e voltar à presidência do partido”, disse ao O POVO nesta segunda-feira, 2.
“Foi muito ruim que aconteceu, havia um acordo de o Cid ficar até o final de dezembro, em função disso, senador Cid não convocaria mais o diretório onde ele tinha ampla maioria e assim foi feito. No entanto, eu acho que na última reunião, um grupo dissidente, que é minoritário - e democracia se faz com maiorias - chegou com os ânimos muito exaltados já na reunião, e isso demonstrou-se porque só eles tomaram a palavra e quase que não deixaram os outros falar”.
De acordo com o deputado, a confusão no encontro do partido, na última sexta-feira, ocorreu quando Cid fez alusão às eleições de 2022, e deliberou sobre o partido apoiar ou não a gestão do governador do Estado, Elmano de Freitas (PT).
“No momento que voltou-se a falar de 2022, o senador Cid fez um relato longo para todo diretório, de tudo que aconteceu, com muitas verdades dentro desse contexto, o que impossibilitou que pessoas contestassem o senador Cid, e a forma quando a pessoa não tem de fazer essa contestação é encerrar uma reunião e assim foi feito”, explicou.
Bismarck também comentou sobre a reunião realizada por membros do partido nesta segunda-feira, 2, na qual foi decidido que o deputado André Figueiredo retomaria o comando do PDT. A primeira ação de Figueiredo foi cancelar a reunião que Cid havia marcado para discutir a temática, que aconteceria nesta segunda, 2.
“Hoje, surpreendentemente, sem convocação nenhuma do diretório, com a reunião da executiva marcada para às 12 horas, onde esse assunto poderia ser discutido, convocou-se esse grupo minoritário, compareceu-se à sede do partido sem convidar ninguém", seguiu.
"Aliás, como fizeram uma reunião da executiva, também na segunda-feira, na executiva nacional lá em Brasília, sem convocar os deputados da bancada, sem que fosse mandado o link de participação aos deputados e nem ao próprio senador Cid, que tem assento cativo na executiva nacional, ao mesmo modus operandi, foi feito aqui no Ceará hoje”, alegou.
O deputado também comentou sobre o apoio que o senador está tendo após sair da liderança do partido. Segundo ele, Cid foi “agredido” pelo diretor da Rede Cuca, Roberto Viana, na reunião da última sexta-feira, 29.
“Acho que a bancada federal e estadual na sua maioria está prestando solidariedade ao senador Cid, que foi agredido na sexta-feira por um líder do movimento cultural chamado Roberto, que hoje fez uma nota de desagravo assinada por outros líderes de movimentos culturais atacando ainda mais senador Cid, de pessoas que não participaram da reunião”, continuou.
“Pessoas que não acompanharam a reunião, não têm conhecimento do que aconteceu na sexta-feira, mas estão ali defendendo a pessoa que foi justamente o agressor do senador Cid, ou seja, esse grupo minoritário botou uma pessoa que não tem voto, que não tem mandato, que só é um agitador de movimento cultural para poder agredir um senador da República, presidente do partido que foi obrigado a se defender num determinado momento”, explicou.
No que tange ao cenário partidário em si, Bismarck acredita que a legenda voltará a sofrer um processo de “desidratação” que estava sofrendo antes, fazendo uma referência ao período em que Cid e Figueiredo disputavam a liderança do diretório do PDT.
“Acho que o partido vai voltar a sofrer o processo de desidratação que estava sofrendo antes, e se é isso que os líderes maiores do partido, falo líderes aqueles que estão no estatuto, não líderes de voto, falo dos que estão no estatuto, se eles acham que isso é o que é melhor para o partido, que seja feita”, finalizou.
Diferentemente do posicionamento de Bismarck, o prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), deixou claro que apoia o retorno de André à liderança do PDT, uma vez que "há contradições naturais em todos os partidos".
"Eu defendo, há contradições naturais em todos os partidos, no entanto,as contradições devem ser marginais, devem ser na periferia, contradições no que concerne ao núcleo duro de ideologia, de pensamento, de projeto, projeto de cidade, estado, nação… não comporta divergências dessa monta”, disse.
Ambos os pedestistas estiveram presentes no lançamento da Campanha de Multivacinação no Ceará, nesta segunda-feira, 2. Além deles, o governador do Estado, Elmano de Freitas (PT), o ministro da Educação, Camilo Santana, e a ministra da Saúde, Nísia Trindade, também confirmaram a presença no local.
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