Michelle Bolsonaro admite candidatura "se Deus fizer o chamado e desejo arder no coração"
Em entrevista exclusiva ao O POVO, a-ex-primeira dama falou sobre a gestão Lula, a delação do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, e seus planos para os próximos anos. Michelle visita o Ceará, neste sábado, 30 de setembro, para evento do PL MulherA ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro admite que pode vir a ser candidata em eleições futuras. Apesar de destacar que essa não é a prioridade do momento, ela afirma que "se, na hora certa, Deus me fizer um chamado e esse desejo arder no meu coração, eu o atenderei como sempre fiz em minha vida".
Michelle estará em Fortaleza no próximo sábado, 30, quando participa de evento de PL Mulher, e concedeu entrevista exclusiva ao O POVO intermediada pela assessoria de imprensa.
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A ex-primeira-dama foi indagada também sobre os quase nove meses de governo do presidente Lula (PT). Ela aproveitou para fazer duras críticas por causa de "gastos milionários do dinheiro público com passeios” do petista com a atual primeira-dama Janja da Silva. Ela avaliou ainda haver um retrocesso na pauta moral, com "ameaças reais de liberação do aborto e das drogas".
A ex-primeira-dama ressaltou que o Brasil está em viagem sem volta rumo à "venezuelização" e utilizou de um jogo de palavras para defender que o atual presidente está mais "Maduro", crítica ao encontro do petista com o presidente da Venezuela, no fim de maio.
Ela foi questionada ainda sobre o perfil ideal de candidato do PL para disputar a Prefeitura de Fortaleza em 2024. Além disso, comentou sobre o risco do partido perder toda a bancada na Assembleia Legislativa, sendo que metade é formada por mulheres, após julgamento da Justiça Eleitoral.
Michelle também rebateu recentes acusações em investigações sobre o recebimento e a destinação de joias e presentes dados por autoridades estrangeiras ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante o mandato dele (2019 a 2022). Em outro caso, afirmou não estar preocupada com a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. "Não tenho nada a temer", sublinhou.
Acompanhe abaixo a entrevista na íntegra com Michelle Bolsonaro, estrela do encontro na capital cearense que contará ainda com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O evento começa a partir das 10 horas, e será realizado no La Maison Buffet.
"Estamos embarcando em uma viagem sem volta rumo à venezuelização do Brasil. Afinal, como esse presidente afirmou em certa ocasião: ele está mais "Maduro""
Michelle Bolsonaro
Confira entrevista na íntegra:
O POVO - Como a senhora avalia a relação do governo Lula com os evangélicos? Qual a visão geral sobre esses quase nove meses de governo?
Michelle - É comum ouvirmos comentários das pessoas, em todos os estados brasileiros, fazendo comparações entre os governos Bolsonaro e o do atual ocupante da cadeira presidencial. A nossa relação, minha e do meu marido, com todas as religiões sempre foi muito tranquila e transparente. Somos cristãos e, sempre que somos convidados e há espaço na agenda, comparecemos às igrejas e eventos religiosos porque isso faz parte das nossas vidas como cristãos.
Creio que esses convites que recebemos e essa proximidade se devem ao fato de que nós defendemos as mesmas pautas das pessoas de bem da sociedade; nossos valores são muito claros, nossa autenticidade em relação a eles (valores) é visível e isso faz com que a relação entre nós seja transparente, real, autêntica e, portanto, próxima.
Não estou certa de que isso possa ser dito em relação ao atual governo, principalmente porque a trajetória deles sempre foi marcada por atos e opiniões que demonstram, por exemplo, a defesa ao aborto e à liberação das drogas e isso é inaceitável entre os cristãos.
Quanto aos nove meses de mandato, perceba que hoje temos crises na segurança pública, em especial, nos estados que, nos últimos anos, vem sendo governados pelo PT e por outros partidos de extrema-esquerda; temos aumento de impostos que atingem, principalmente, as classes mais pobres; também há aumento dos gastos públicos com mordomias e com o aumento do número de Ministérios; os gastos milionários do dinheiro público com os “passeios” do presidente e da primeira-dama ao redor do mundo; temos os aumentos nos preços da gasolina e do diesel; além de retrocessos na pauta moral com ameaças reais de liberação do aborto e das drogas.
Resumindo, estamos embarcando em uma viagem sem volta rumo à venezuelização do Brasil. Afinal, como esse presidente afirmou em certa ocasião: ele está mais “Maduro”.
"Quanto a uma eventual candidatura da minha parte, repito que não é a minha prioridade agora. Se, na hora certa, Deus me fizer um chamado e esse desejo arder no meu coração, eu o atenderei como sempre fiz em minha vida"
Michelle Bolsonaro
OP - A senhora tem se mobilizado dentro do PL Mulher de forma muito destacada, com ações constantes e visitas a diversas regiões do Brasil, inclusive com uma visita à Fortaleza no próximo dia 30 de setembro. Vislumbra ser candidata em eleições futuras?
Michelle - Presidir o PL Mulher é um desafio gratificante e a minha atuação à frente desse movimento vai muito além de qualquer pretensão política. É uma causa fundamental para o Brasil e eu a abracei de corpo, alma e coração. As mulheres farão a diferença na política brasileira e nós as ajudaremos a trilhar esse caminho.
Eu creio muito no potencial transformador das mulheres e, ao percorrer o Brasil nos Encontros do PL Mulher, essa certeza se consolida cada vez mais. Tenho visto exemplos lindos de mulheres realizando ações incríveis para ajudar outras pessoas e, na maioria das vezes, essas ações surgiram a partir da superação de uma dificuldade que lhes atingira anteriormente.
As mulheres conservadoras têm um alto grau de empatia e uma garra muito grande. E eu sei que aqui no Ceará nós temos muitas dessas mulheres brasileiras que fazem acontecer! Analise a rotina de uma mulher brasileira: nós jamais desistimos diante das jornadas duplas (e até triplas) de trabalho que enfrentamos e sempre “damos conta do recado”.
O potencial feminino no Brasil é enorme, representamos mais de 50% da população e nós, do Partido Liberal, trabalhamos para expandir essas qualidades e para colocar os dons femininos a serviço da sociedade.
Muitas vezes, elas (as mulheres) estão esperando apenas uma inspiração, um incentivo verdadeiro para ingressarem na vida pública por meio da política. Nós estamos trabalhando no PL Mulher para que sejamos essa inspiração e esse incentivo a fim de que, a partir disso, muitas mulheres possam ocupar posições de decisão e de poder na política. Nossa abordagem no PL Mulher é diferente; não somos como os partidos do outro lado. Somos verdadeiros e autênticos. O PL é o partido da mulher brasileira.
Quanto a uma eventual candidatura da minha parte, repito que não é a minha prioridade agora. Se, na hora certa, Deus me fizer um chamado e esse desejo arder no meu coração, eu o atenderei como sempre fiz em minha vida.
"Não tenho com o que me preocupar. Minha relação com Mauro Cid sempre foi apenas profissional"
Michelle Bolsonaro
OP - Ano que vem temos eleições municipais e Fortaleza é colocada como uma das prioridades do PL. Na sua opinião, qual o perfil ideal de candidato para disputar a Prefeitura da capital cearense?
Michelle - Eu acredito que não só em Fortaleza, mas em qualquer lugar do Brasil, nossos candidatos (homens e mulheres) precisam ter algumas características fundamentais: honestidade; lealdade para com o povo; fidelidade aos valores conservadores – em especial a defesa da vida desde a concepção e a proteção da família; responsabilidade no uso dos bens público e respeito ao pagador de impostos; e que coloque as necessidades reais da sociedade sempre em primeiro lugar quando for decidir.
OP - O PL do Ceará corre o risco de perder toda a bancada na Assembleia Legislativa, sendo que metade é formada por mulheres, entre elas as deputadas Dra. Silvana e Marta Gonçalves. Como avalia essa possibilidade em julgamento na Justiça Eleitoral?
Michelle - Eu evito comentar ações judiciais ainda em curso. O fato é que o Partido Liberal está atento e acompanha de perto essa situação a fim de evitar que isso aconteça. As democracias precisam de segurança jurídica e creio que uma decisão dessa natureza não contribuiria para isso.
OP - A primeira-dama Janja da Silva vem sofrendo críticas após publicar um vídeo “dançando” ao desembarcar em Nova Délhi, na Índia, frente à tragédia que atingiu o Rio Grande do Sul nos últimos dias. No geral, você como avalia a postura da atual primeira-dama nestes meses?
Michelle - Não compete a mim avaliar a postura da atual primeira-dama. O povo brasileiro adquiriu um nível bastante interessante de maturidade política e está perfeitamente habilitado para fazer reflexões sobre os seus votos, sobre a postura das autoridades, bem como avaliar e fazer as comparações que julgar convenientes em relação a políticos e figuras públicas.
Eu desempenhei o meu papel como primeira-dama e me portei da forma que julguei adequada. A atual primeira-dama está se portando da forma que acha adequada. Como já disse: cabe ao povo avaliar e, se quiser, comparar.
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OP - A senhora tem sido citada no recente caso das joias. O que tem a dizer sobre isso?
Michelle - Existem algumas técnicas de distração, muito utilizadas por pessoas mal intencionadas, que consistem em chamar a atenção para uma situação enquanto se aproveitam dessa distração para obtenção de outro objetivo sem que isso seja percebido. Os batedores de carteira também se utilizam de técnicas semelhantes; distraem e atacam. Tudo indica que o que tem sido feito com relação a esse tal “caso das joias” é bem parecido – técnica de distração.
Recentemente, dois jornalistas disseram algo muito importante. Segundo eles, ao indagarem uma alta autoridade do governo sobre reforma ministerial, essa autoridade teria dito que não iria falar sobre aquilo e indicou quais temas a imprensa deveria divulgar, apontando para o tal “caso das joias”.
Diante de declarações como essa dos jornalistas, é difícil não imaginar que, para disfarçar alguns atos de governantes e abafar escândalos, parece existir uma espécie de parceria entre governo e algumas emissoras que, coincidentemente, têm sido privilegiadas com grandes volumes de verbas de comunicação. Esses veículos lançam reportagens e matérias mirabolantes, com títulos sensacionalistas e opiniões megalomaníacas que depois se provam infundadas.
Por exemplo, recentemente, um grande portal de notícias informou, no dia 11 de agosto de 2023, em letras garrafais: “Michelle Bolsonaro esqueceu caixa de papelão com joias debaixo da cama na embaixada em Londres”. No próprio dia 11/08 emitimos uma nota informando que o artefato artesanal (uma semijoia) era um presente de um popular que deveria ser entregue ao Rei Charles pela equipe da embaixada. Essa peça de artesanato deveria ter ficado em Londres, mas foi trazida, por engano, por um dos funcionários da Presidência. Constatado o engano, a mercadoria foi imediatamente devolvida para Londres.
Isso foi informado no mesmo dia, mas a imprensa fez questão de fazer chacota da resposta em reportagens posteriores, chamando de “rolê aleatório”, e continuou reverberando esse absurdo por alguns dias até que o mesmo portal recebeu a confirmação da embaixada de que a história era verdadeira e que o artefato tinha sido devolvido para que fossem adotadas as medidas necessárias em Londres. Assim, no dia 04/09/23, sem admitir o exagero cometido, eles tiveram que publicar a verdade.
Lógico que a versão verdadeira dos fatos não recebeu a mesma divulgação sensacionalista nem o destaque da anterior, talvez porque interessasse manter a cortina-de-fumaça ou, quem sabe, para atender supostas orientações do governo, conforme foi revelado pelos jornalistas, não sei.
Observe-se, também, a coincidência de que a parte da imprensa beneficiada com grandes verbas de publicidade, não dá o mesmo tratamento ao caso das joias e presentes recebidos pelo atual governante entre 2003 e 2010. Não tenho nada a temer. Sempre pautei minha vida pela honestidade e pelo temor a Deus.
Está claro que existe uma tentativa de manchar a nossa imagem porque eles sabem que o governo deles será um fracasso e precisarão continuar agindo com as técnicas de distração semelhantes àquelas utilizadas pelos batedores de carteira, ou seja, chamando a atenção do povo para casos aleatórios enquanto escondem os verdadeiros objetivos e as mazelas que estão atingindo o nosso país por conta da incompetência da extrema-esquerda em governar o nosso Brasil.
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OP - Você se preocupa com a anunciada delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro? Como era a relação da senhora com ele durante o governo?
Michelle - É preciso reforçar que, infelizmente, alguns veículos de imprensa estão muito mais preocupados em escrever títulos sensacionalistas do que em apurar a verdade. Por isso, eles não têm nenhum pudor em divulgar mentiras, disfarçar ou omitir a verdade para obterem os seus “clicks”.
Não tenho com o que me preocupar. Minha relação com Mauro Cid sempre foi apenas profissional. Ele era um assessor e, na maioria das vezes, tratava com a minha assessoria.
Como já falei, isso não passa de sensacionalismo barato usado como uma forma de desviar a atenção das pessoas de questões nacionais importantes como o aumento do preço do diesel e da gasolina; a crise do leite; a queda no número de empregos; os aumentos de impostos; os empréstimos para Argentina e as “negociações” com Venezuela e Cuba; “os passeios presidenciais”, o aumento da criminalidade e dos assassinatos, as filas de espera no INSS que não acabam e a retirada de beneficiários das bolsas assistenciais. Enfim, querem desviar a atenção do fracasso alcançado por esse (DES)governo.
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