Marco temporal: veja como votaram os senadores; base de Lula e bancada cearense se dividem
Parlamentares de partidos que compõem a base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) votaram a favor do Marco Temporal
11:10 | Set. 28, 2023
O Senado Federal votou e aprovou, na última quarta-feira, 27, o projeto do Marco Temporal das terras indígenas. Dois 81 senadores, 43 votaram de forma favorável, 21 foram contrários e outros 16 não votaram por motivos de ausência, missão oficial ou licença médica. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) também não votou na ocasião por ocupar a presidência.
Entre os senadores cearenses, Augusta Brito (PT) e Cid Gomes (PDT) votaram contra o projeto. Eduardo Girão (Novo) foi favorável ao texto, que já havia passado pela Câmara e agora segue para sanção ou veto presidencial.
Parlamentares de partidos que compõem a base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) votaram a favor do Marco Temporal. Entre as siglas estão PSD, MDB, PSB e PDT, todos com ministérios na gestão Lula 3. Na contramão da oposição ao governo federal, o senador Romário, do PL do Rio de Janeiro, votou contra o Marco Temporal.
O projeto se chama Marco Temporal porque delimita um período no tempo em que indígenas podem reivindicar suas terras. Pelo projeto, somente áreas ocupadas ou em processo de disputa até 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição, estariam elegíveis para eventuais demarcações.
Veja como votou cada senador:
VOTARAM SIM
- Alan Rick (União-AC)
- Carlos Viana (Podemos-MG)
- Ciro Nogueira (PP-PI)
- Cleitinho (Republicanos-MG)
- Damares Alves (Republicanos-DF)
- Daniella Ribeiro (PSD-PB)
- Davi Alcolumbre (União-AP)
- Dr. Hiran (PP-RR)
- Eduardo Girão (Novo-CE)
- Eduardo Gomes (PL-TO)
- Efraim Filho (União-PB)
- Esperidião Amin (PP-SC)
- Fernando Dueire (MDB-PE)
- Fernando Farias (MDB-AL)
- Flávio Arns (PSB-PR)
- Hamilton Mourão (Republicanos-RS)
- Jaime Bagattoli (PL-RO)
- Jayme Campos (União-MT)
- Jorge Kajuru (PSB-GO)
- Jorge Seif (PL-SC)
- Laércio Oliveira (PP-SE)
- Lucas Barreto (PSD-AP)
- Magno Malta (PL-ES)
- Marcio Bittar (União-AC)
- Marcos Rogério (PL-RO)
- Marcos do Val (Podemos-ES)
- Margareth Buzetti (PSD-MT)
- Mauro Carvalho Junior (União-MT)
- Mecias de Jesus (Republicanos-RR)
- Oriovisto Guimarães (Podemos-RR)
- Plínio Valério (PSDB-AM)
- Professora Dorinha Seabra (União-TO)
- Renan Calheiros (MDB-AL)
- Rodrigo Cunha (Podemos-AL)
- Rogerio Marinho (PL-RN)
- Sergio Moro (União-PR)
- Soraya Thronicke (Podemos-MS)
- Styvenson Valentim (Podemos-RN)
- Tereza Cristina (PP-MS)
- Vanderlan Cardoso (PSD-GO)
- Weverton (PDT-MA)
- Wilder Morais (PL-GO)
- Zequinha Marinho (Podemos-PA)
VOTARAM NÃO
- Alessandro Vieira (MDB-SE)
- Ana Paula Lobato (PSB-MA)
- Augusta Brito (PT-CE)
- Beto Faro (PT-PA)
- Cid Gomes (PDT-CE)
- Confúcio Moura (MDB-RO)
- Eduardo Braga (MDB-AM)
- Eliziane Gama (PSD-MA)
- Fabiano Contarato (PT-ES)
- Humberto Costa (PT-PE)
- Jaques Wagner (PT-BA)
- Jussara Lima (PSD-PI)
- Leila Barros (PDT-DF)
- Marcelo Castro (MDB-PI)
- Omar Aziz (PSD-AM)
- Otto Alencar (PSD-BA)
- Paulo Paim (PT-RS)
- Randolfe Rodrigues (Rede)
- Rogério Carvalho (PT-SE)
- Romário (PL-RJ)
- Zenaide Maia (PSD-RN)
A votação ocorreu num contexto de acirramento entre Legislativo e Supremo Tribunal Federal (STF), que julgou recentemente como inconstitucional caso envolvendo a tese de demarcação de terras indígenas.
A discussão no Senado ocorreu em regime de urgência e o texto foi aprovado sem alterações em relação ao que veio da Câmara, o que evitou que o projeto retornasse para apreciação dos deputados. Em declaração a imprensa, Rodrigo Pacheco negou qualquer sentimento de revanchismo na votação de ontem.
Como o STF já julgou a tese inconstitucional, é possível que a corte se posicione novamente sobre o tema a partir dos próximos passos envolvendo a tramitação do projeto.