PSD pressiona por Domingos Filho na Funasa e ameaça: 'Se a gente dançar, ministra dança também'

Em agosto, o PSD levou "caravana" de cerca de 25 deputados ao gabinete do ministro das Relações Institucionais para pressionar pelo cargo para o ex-vice-governador do Ceará

A bancada do PSD na Câmara dos Deputados emparedou o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, responsável pela articulação do governo Lula (PT) com o Congresso Nacional, para cobrar a entrega do comando da Fundação Nacional da Saúde (Funasa) ao partido. A ação ocorreu em meio à possibilidade de a instituição ser entregue ao Republicanos.

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O PSD indicou para comandar a Funasa o presidente do partido no Ceará, Domingos Filho, ex-vice-governador do Ceará no segundo mandato de Cid Gomes (PDT), ex-presidente da Assembleia Legislativa e um dos líderes políticos com influência sobre maior número de prefeituras no Estado.

Durante as negociações da reforma ministerial, em agosto, o PSD levou uma "caravana" de cerca de 25 deputados ao gabinete do ministro das Relações Institucionais para pressionar pelo cargo.

Pressão contra ministra 

Na conversa com Padilha, a bancada também ameaçou a ministra da Saúde, Nísia Trindade, sob alegação de que ela demora na liberação de recursos para o Rio de Janeiro. O episódio aconteceu após cerimônia de lançamento da Estratégia Nacional de Escolas Conectadas, nesta terça-feira, 26, no Palácio do Planalto.

Após o evento, o ministro foi em direção ao elevador, mas foi parado pela bancada do partido para tratar sobre as negociações. Dentre os parlamentares, estavam o líder do PSD na Câmara, Antonio Brito (BA), e os deputados Pedro Paulo (RJ) e Laura Carneiro (RJ).

Os parlamentares mostraram insatisfação em relação ao governo. Dentre as cobranças, estavam a presidência da Funasa, reivindicada pelo PSD, e a liberação de verbas para hospitais federais na cidade do Rio de Janeiro.

O alvo da segunda crítica era a ministra da Saúde pela demora no envio dos recursos. Em áudio registrado pela rádio CBN, em um determinado momento da conversa, a deputada Laura Carneiro fala: "Se a gente dançar, a ministra [Nísia] vai dançar também".

A irritação de parte da bancada aumentou após o grupo ver os repórteres registrando o acontecimento. Ao final da conversa, Padilha disse que a situação foi um "baculejo" - gíria para as abordagens policiais nas ruas. O ministro foi procurado por jornalistas, mas evitou dar qualquer declaração sobre o assunto. De acordo com Brito, a conversa foi em público por praticidade e para evitar qualquer demora até os parlamentares subirem no gabinete.

Funasa

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia extinto a fundação no início do terceiro mandato. O governo recriou a Funasa em julho com o prazo de 30 dias. Ele foi prorrogado e, enfim, expirou em 15 de setembro. Até o momento, não foi dado nenhum aceno do governo em relação à direção da Funasa. Na semana passada, Lula estava nos Estados Unidos para participar da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), contudo, Padilha estava no Brasil. Um parlamentar ponderou, no entanto, que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), não estava no País para fazer com que os acordos avançassem.

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