Entenda investigação do CNJ que pode provocar cassação do mandato de Sérgio Moro
A possibilidade de cassação surge após a abertura de uma investigação que apura supostas irregularidades quando Moro ainda atuava como juizO corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, abriu precedentes para uma eventual cassação do senador Sérgio Moro (União- PR). A iniciativa surge após a abertura de uma investigação que apura supostas irregularidades na gestão das multas de acordo de delação premiada e leniência negociados na Operação Lava Jato, quando Moro atuava como juiz.
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Na justificativa, o corregedor alega que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) tem como objetivo “impedir que magistrados deixem a carreira para se livrar de eventuais punições administrativa e disciplinar”.
Conforme ele, no período da Lava Jato, Moro “respondia a cerca de 20 procedimentos administrativos no CNJ”.
A investigação em andamento apura se Moro usou a magistratura com fins político-partidários. Caso o CNJ conclua que houve infração, comunicará ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para, posteriormente, os ministros adotem as medidas que julgarem cabíveis.
A possível cassação de Moro está inserida no mesmo precedente do ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR). No caso de Deltan, os ministros utilizaram como base para a cassação o trecho da Lei da Ficha Limpa, que impede que magistrados e membros do Ministério Público de pedirem exoneração para concorrer às eleições se tiverem processos administrativos pendentes.
Pedido de cassação de Moro
O Partido Liberal (PL) e pela Federação Brasil Esperança (PT, PCdoB e PV) elaboraram ações na Justiça Eleitoral solicitando a cassação do mandato do senador Sergio Moro. As justificativas apontam suposto abuso de poder econômico por gastos irregulares do ex-juiz ainda durante a pré-campanha. À época, Moro era filiado ao Podemos e articulava disputar a Presidência da República.
Por estar inserida num contexto de irregularidade eleitoral, tanto Moro quanto seus suplentes teriam se beneficiado e, por este motivo, a cassação abrangeria a chapa toda.
Caso a Justiça Eleitoral decida condenar, a chapa será cassada e novas eleições serão convocadas. No entanto, Moro ainda poderá recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Todavia, a avaliação é que a Corte siga o mesmo entendimento do caso da cassação da ex-senadora Selma Arruda (Podemos-MT), convocando novas eleições.
Eleições suplementares
Com a possibilidade de cassação do mandato de Moro, partidos políticos e parlamentares avaliam a realização de eleições suplementares para eleger um novo senador pelo Paraná.
Até o momento, há seis pré-candidatos para ocupar a vaga que pode ser aberta no Senado Federal. Dentre os nomes, está o do secretário de Indústria e Comércio do Paraná, Ricardo Barros, que foi líder do governo Bolsonaro na Câmara dos Deputados e ex-ministro da Saúde de Michel Temer.
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