Policial federal ferida por Jefferson com tiros de fuzil pede R$ 1 milhão de indenização
A policial ainda se recupera física e emocionalmente, segundo a advogadaA policial federal Karina Lino de Miranda, atingida por dois tiros de fuzil disparados pelo ex-deputado federal Roberto Jefferson em outubro de 2022, entrou com uma ação na Justiça em que pede R$ 1 milhão de indenização por danos morais, físicos, estéticos, psicológicos, à honra e à reputação da agente. Karina participava de uma operação para cumprir um mandado de prisão contra o ex-parlamentar em Levy Gasparian, no interior do Rio de Janeiro, quando foi atingida de raspão na cabeça e no quadril.
Leia mais
É + que streaming. É arte, cultura e história.
"A qualidade de vida da parte requerente (Karina) foi profundamente afetada pelos atos danosos cometidos pela parte requerida (Jefferson), razão pela qual a presente demanda se apresenta como urgente e necessária medida de justiça", diz a defesa na ação. "O cenário era de guerra. Mesmo com policiais feridos, o requerido continuava a atacar a equipe com inúmeros tiros de fuzil, intercalando pelo lançamento de mais 2 (duas) granadas."
A advogada Estela Nunes, que representa Karina na ação, diz que a policial ainda se recupera física e emocionalmente após o episódio. Segundo Estela, o valor da indenização é justo em razão de todos os danos sofridos e necessário para o completo restabelecimento da agente.
"Em razão do evento, ela foi atingida na região do quadril, de raspão no rosto que deixou uma cicatriz. Os ferimentos causaram perdas de sensibilidade e ela teve sequelas físicas, além da questão estética da cicatriz no rosto e o afundamento do quadril."
"Além disso, a imagem dela foi muito exposta. Ele (Roberto Jefferson) divulgou nas redes sociais dele a operação. Ela é constantemente reconhecida quando o caso volta à tona. Sendo uma agente da PF, isso não deveria acontecer. É uma fonte de ansiedade constante", diz Estela Nunes.
"Além disso, a imagem dela foi muito exposta. Ele (Roberto Jefferson) divulgou nas redes sociais dele a operação. Ela é constantemente reconhecida quando o caso volta à tona. Sendo uma agente da PF, isso não deveria acontecer. É uma fonte de ansiedade constante", diz Estela Nunes.
Leia mais
-
Em meio a apelo por 'fim de vida digno', Jefferson é instado por Exército sobre armas
-
Médicos descartam traumatismo craniano de Roberto Jefferson
-
Maioria do STF vota para manter prisão de Roberto Jefferson
-
Roberto Jefferson vira réu por atirar e jogar granada contra policiais
-
Da prisão, Roberto Jefferson diz que Bolsonaro está viciado em dinheiro público
Relembre o caso
O ex-deputado federal lançou uma granada e efetuou disparos de fuzil contra os agentes da PF. De acordo com a polícia, os agentes cumpriam um mandado de prisão expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), contra Jefferson, quando ele reagiu à abordagem.
Os agentes da Polícia Federal se deslocaram até o município da Costa Verde fluminense para cumprir o mandado de prisão expedido por "notórios e públicos" descumprimentos de medidas cautelares impostas a Jefferson.
Entrincheirado na casa e fazendo ameaças pela internet, Jefferson se recusava a ser preso. Só se entregou por volta das 19h, após horas de negociação com a PF. Ao resistir à prisão, Jefferson feriu, além de Karina, um delegado. Por isso, foi indiciado por quatro tentativas de homicídio uma para cada policial que integrava a equipe que o ex-deputado atacou.
A defesa do ex-deputado ainda não se pronunciou sobre a ação.