Blogueiro cearense resistiu à prisão no Paraguai e estava sujo de lama e sangue

O jornalista, foragido desde o início do ano, foi localizado nas proximidades da governadoria do Alto Paraná, extremo leste do país

13:02 | Set. 15, 2023

Por: Ítalo Coriolano
Blogueiro cearense Wellington Macedo foi capturado na quinta-feira, 14 (foto: Reprodução/ Redes sociais)

Wellington Macedo, blogueiro cearense condenado por tentar explodir uma bomba perto do Aeroporto Internacional de Brasília, resistiu à prisão realizada nesta quinta-feira, 14, no Paraguai. Segundo informações do Correio Braziliense, ele estava sujo de lama e sangue quando foi apresentado à delegacia. O jornalista, foragido desde o início do ano, foi localizado nas proximidades da governadoria do Alto Paraná, extremo leste do país.

A prisão ocorreu em coordenação com a Polícia Nacional e o Departamento de Migração do Paraguai, por meio de colaboração internacional entre as autoridades brasileiras e paraguaias e chancelarias e ministérios da Justiça e Interior. Ele foi entregue às autoridades brasileiras ainda nesta quinta à tarde, na Ponte da Amizade, que liga o Brasil ao país, pelo município de Foz do Iguaçu, no Paraná, à Cidade do Leste. 

Além dele, um outro homem foi preso suspeito de ter atuado nos atos antidemocráticos do dia 8/1. Trata-se do radialista Max Pitangui. Ele era procurado desde 15 de dezembro, quando a Polícia Federal realizou uma operação contra bolsonaristas radicais suspeitos de organizar os ataques. Os dois estavam no Paraguai com mandados de prisão em aberto, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT).

Mesmo foragido desde o início do ano, Wellington foi condenado a seis anos de prisão em regime fechado e multa de R$ 9,6 mil. A sentença foi em razão de o cearense tentar explodir uma bomba nos arredores do Aeroporto de Brasília, na véspera de Natal do ano passado.

O cearense participou da tentativa junto de George Washington de Oliveira Sousa e Alan Diego dos Santos Rodrigues, estes dois já presos com penas de nove anos e quatros meses e cinco anos e quatro meses, respectivamente, ambos em regime inicial fechado.

O explosivo foi colocado em um caminhão de combustíveis, porém o motorista identificou a carga desconhecida antes que pudesse haver a detonação. Wellington foi localizado pois ele usava tornozeleira eletrônica e portanto foi rastreado.

Ele havia sido deito pela polícia em 2021 por estimular manifestações antidemocráticas no 7 de setembro daquele ano, mas liberado para usar a tornozeleira eletrônica. O cearense quebrou o objeto dois dias após a tentativa de explosão e também estava incluído na lista de procurados da Difusão Vermelha da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol).

 

Blogueiro cearense preso: tentativa de entrar em evento com presidente do Paraguai e Lula

Em agosto, o blogueiro cearense tentou se credenciar para cobrir a posse do presidente do Paraguai, Santiago Peña, na capital Assunção. O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi um dos convidados da solenidade.

Na solicitação para participar do evento, Wellington se inscreveu como jornalista independente do El Pueblo Podcast. A delegação brasileira avisou às autoridades paraguaias que negaram o acesso do bolsonarista e o envio de credencial.

Choro durante depoimento à Justiça

Durante depoimento prestado à Justiça em julho, o blogueiro cearense afirmou, às lágrimas, ter dado "graças a Deus pela bomba não ter explodido". Wellington Macedo também declarou ser evangélico desde criança e que, desde os acontecimentos, passou a “orar muito”.

“Queria ver o que tinha acontecido. Peguei o carro e voltei ao local para ver, eram 8 horas da manhã. Só ia acreditar se visse a polícia no local e vi muita polícia no local. Dei graças a Deus daquilo não ter explodido. Voltei para casa sem saber o que fazer”, afirmou, chorando.

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