Quem é Sebastião Coelho, ex-desembargador que defende réu dos atos golpistas

O processo do CNJ ocorre após uma fala de Coelho no dia 20 de novembro do ano passado, na qual o advogado defende que o ministro Alexandre de Moraes seja preso

14:39 | Set. 14, 2023

Por: Luíza Vieira
Sebastião Coelho, ex-desembargador que defende réu dos atos golpistas (foto: Reprodução/ TV Senado)

Após defender um dos réus dos atos golpistas de 8 de janeiro, o então desembargador e agora advogado de defesa do caso, Sebastião Coelho, se tornou um dos alvos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por suspeita de incentivar e financiar os protestos violentos na Praça dos Três Poderes, em Brasília.

Durante a sustentação oral no julgamento em defesa do cliente, o advogado proferiu duras críticas à Corte, afirmando que os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) são “as pessoas mais odiadas deste país”.

Conheça Sebastião Coelho 

Sebastião Coelho da Silva é natural de Santana do Ipanema (AL) e ingressou na magistratura do Distrito Federal como juiz de Direito Substituto, em outubro de 1991.

Já como Juiz de Direito titular, atuou na Vara Criminal do Tribunal do Júri de Planaltina, da Auditoria Militar do DF, na Vara de Execuções Penais do DF e na 2° Vara de Precatórias.

Em 2013, Coelho foi eleito para o cargo de desembargador do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT).

O advogado se aposentou do cargo de desembargador do TJDFT e renunciou ao posto de vice-presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF) em setembro de 2022, em protesto contra a posse do ministro do STF, Alexandre de Moraes, como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Na ocasião, Coelho criticou o pronunciamento de Moraes durante a posse no TSE, e afirmou que o ministro fez uma “declaração de guerra ao país”.

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“O seu discurso é um discurso que inflama, é um discurso que não agrega e eu não quero participar disso”, disse à época.

Nesta quarta-feira, 12, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou a abertura de uma reclamação disciplinar contra o desembargador e a quebra de sigilo bancário para investigar se ele financiou os atos golpistas de 8 de janeiro.

O processo do CNJ ocorre após uma fala de Coelho no dia 20 de novembro do ano passado, na qual o advogado defende que o ministro Alexandre de Moraes seja preso. “A solução será prender Alexandre de Moraes. E eu dou base legal para isso” afirmou Coelho no QG do Exército, em Brasília, no ano passado.