Ex-candidato a vice de Bolsonaro, general Braga Netto tem sigilo telefônico quebrado

Operação da Polícia Federal investiga atos durante governo Michel Temer

12:02 | Set. 12, 2023

Por: Agência Estado
General Braga Netto, ex-ministro de Bolsonaro (foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Ministro-chefe da Casa Civil do governo Jair Bolsonaro (PL) e candidato a vice do ex-presidente na eleição do ano passado, o general Walter Souza Braga Netto teve o sigilo telefônico quebrado na operação Perfídia, da Polícia Federal.

 

São feitas buscas em 16 endereços em Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo e Distrito Federal, na manhã desta terça-feira, 12.

A operação é a etapa mais recente da investigação sobre a compra de coletes balísticos pelo governo Michel Temer durante a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro. Braga Netto comandou a intervenção.

O Tribunal de Contas da União (TCU) apontou indícios de conluio e superfaturamento na ordem de R$ 4,6 milhões. O contrato, sem licitação, foi firmado pelo Gabinete de Intervenção Federal para a compra de 9.360 coletes. O valor global do negócio foi de US$ 9,4 milhões.

Os policiais cumprem os mandados no  em endereços ligados a ex-integrantes do gabinete da intervenção.

A PF afirma que o material foi comprado com sobrepreço de uma empresa americana, a CTU Security LLC, em 2018. O inquérito teve início a partir de uma cooperação com autoridades dos Estados Unidos.

"As autoridades americanas descobriram o crime no curso da investigação americana sobre assassinato do presidente haitiano Jovenel Moises em julho de 2021, na qual a empresa CTU Security LLC ficou responsável pelo fornecimento de logística militar para executar a derrubar Moises e substituí-lo por Christian Sanon, um cidadão americano-haitiano", diz o comunicado divulgado pela PF.

Além da contratação, a Operação Perfídia investiga duas empresas brasileiras especializadas no comércio de proteção balística. Elas têm inúmeros contratos com o poder público, segundo a PF, e são suspeitas de cartel.

Os investigados podem responder por crimes como patrocínio de contratação indevida, dispensa ilegal de licitação, corrupção ativa e passiva e organização criminosa.