Alexandre Garcia comemora investigação após virar alvo da AGU: "Objetivo atingido"

Garcia também celebrou o fato de que o Ministério Público vai investigar a possibilidade de as barragens contribuírem para a enchente. "O objetivo está sendo atingido", disse.

Após se tornar alvo de investigação da Polícia Federal (PF) e da Advocacia-Geral da União (AGU), o jornalista Alexandre Garcia se pronunciou sobre a eventual disseminação de fake news acerca da tragédia no Rio Grande Sul, decorrentes das fortes chuvas no estado.

O jornalista comentou que não quer “um novo Brumadinho” e exige transparência. “Será que se tivesse transparência em Brumadinho teria acontecido a tragédia?", seguiu. “ Eu acho que essa determinação do advogado geral da União ajuda por luz em busca da transparência sobre as três barragens”.

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Garcia também celebrou o fato de que o Ministério Público vai investigar a possibilidade de as barragens contribuírem para a enchente. "O objetivo está sendo atingido", disse.

Garcia comentou que a fala proferida no programa foi cortada, e relatou que viveu durante 20 anos na região afetada pelas chuvas e que conhece bem o local.

Ele acrescenta que, ao responder a pergunta, utilizou informações disponibilizadas pela imprensa: a de que os gestores municipais pediam informações à Companhia Energética Rio das Antas (Ceran), órgão responsável por gerenciar as barragens.

O jornalista explica que a Procuradoria-Geral da República (PGR) de Bento Gonçalves havia oficiado a empresa e que a sua fala não foi “campanha” de desinformação, mas, sim, uma cobrança por transparência.

"Se eu tivesse a nota oficial naquela noite, eu leria [...] Tem que investigar. Obrigado, senhor Advogado Geral da União, porque isso chama atenção para uma investigação. Não é uma questão de passado, é uma questão do que aconteceu no presente e do que pode acontecer no futuro, porque pode ter uma nova enxurrada", diz.

Entenda o caso

Na última sexta-feira, 8, o jornalista Alexandre Garcia sugeriu, durante o programa “Oeste Sem Filtro”, que as enchentes no Rio Grande do Sul não foram apenas uma tragédia ambiental, mas, sim, um resultado da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"É preciso investigar, porque não foi só a chuva. A chuva foi a causa original. Mas em governo petista foram construídas, ao contrário do que recomendavam as medições ambientais, três represas pequenas que aparentemente abriram as comportas ao mesmo tempo. Isso causou uma enxurrada parecida com aquelas que acontecem aqui perto de Brasília, na Chapada dos Veadeiros, e que levam as pessoas e que matam pessoas porque a água vem de repente", alegou Garcia, sem apresentar qualquer prova.

Entretanto, verificação do Estadão mostrou que a declaração é falsa, já que não existem comportas na estrutura citada. "Órgãos de controle e fiscalização negaram que tenha havido abertura de comportas de represas no Rio das Antas, no Rio Grande do Sul, causando as inundações em cidades do Estado. As três usinas hidrelétricas citadas no vídeo de Alexandre Garcia não possuem comportas que armazenam ou retêm água para geração de energia. Ou seja, nos períodos de chuva ou de aumento na vazão do rio, a água excedente passa por cima das barragens. Esse tipo de estrutura, chamado de vertedouro de soleira livre, não controla o fluxo dos rios e apenas escoa o excedente de água", explica o jornal.

Dois dias depois da declaração de Garcia, a Advocacia-Geral da União (AGU) determinou que o jornalista fosse investigado. Jorge Messias, que gerencia o órgão, determinou que a Procuradoria Nacional de Defesa da Democracia instaurasse imediatamente o procedimento contra a campanha de desinformação.

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