Suspeito de ataque a bomba comentou sobre molotov contra Lula, diz colunista
Eduardo Fauzi comentou post sobre elaboração de coquetel molotov, chegando a oferecer "consultoria gratuita". Homem é suspeito de ataque a Porta dos FundosO economista Eduardo Fauzi, suspeito de participar do ataque a bomba à produtora de humor Porta dos Fundos, participou de uma conversa sobre o uso de explosivos contra o presidente Lula (PT) ou seus apoiadores. A informação é do colunista Paulo Cappelli, do jornal Metrópoles.
Cappelli afirma ter interceptado mensagens no aplicativo Telegram, no grupo de uma organização extremista de direita chamada "Falange da Ordem Nacional" (FON). Na conversa, Fauzi teria dado dica para melhorar a elaboração do chamado coquetel molotov, artefato explosivo caseiro.
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Segundo o colunista, o grupo da FON foi criado em outubro de 2022. Após o resultado das eleições confirmar a vitória de Lula sobre Jair Bolsonaro (PL), os organizadores aproveitaram as articulações, feitas por apoiadores do ex-presidente derrotado, questionando a apuração. A ideia, diz Cappelli, seria recrutar novos membros para a organização extremista.
Na troca de mensagens à qual Cappelli diz ter tido acesso, um participante, identificado como Tenente Lisboa, teria enviado uma "receita" do explosivo: mistura de produtos inflamáveis, uma garrafa, pano para ser usado como pavio, e uma rolha no gargalo.
Um dos administradores teria respondido à imagem com a frase: "Não se esqueçam de gritar ao jogar: 'Faz o L'". Em seguida, Fauzi reage à mensagem original: "Não precisa de rolha... o pano já veda o líquido o suficiente para permitir a explosão".
O administrador do grupo responde, então, que o conhecimento do economista é "interessante". Em seguida, Fauzi finaliza: "Qualquer coisa, a consultoria é gratuita".
Fauzi confessou ataque, ficou preso por dois anos e mudou versão
A sede da produtora Porta dos Fundos foi atacada na véspera do Natal de 2019. À época, o grupo havia lançado uma esquete de humor chamada "Tentação de Cristo", que retrata Jesus como um homem gay.
Dias após o ataque, Fauzi saiu do País. Ele embarcou para Moscou horas antes de ter a prisão decretada e chegou a ser preso na Rússia, pela Interpol, em setembro de 2020. Deportado para o Brasil, cumpriu outra parte da sentença na penitenciária Bangu 8, no Rio de Janeiro. O economista confessou a autoria do crime.
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) determinou a soltura de Fauzi em setembro de 2022. Na ocasião, ele afirmou ter feito uma "falsa confissão", mentindo aos policiais para "despistar" os órgãos de segurança e o Ministério Público Federal.
Nas redes sociais, Fauzi se define como "macho escroto", "nacionalista", "integralista" e "soldado de Deus". Ele chegou a ser filiado ao PSL, partido pelo qual Bolsonaro venceu a eleição presidencial de 2018, mas foi expulso da agremiação após se tornar suspeito do atentado.
Dias antes, Fauzi também havia sido expulso da Frente Integralista Brasileira (FIB). O movimento defende as ideias do integralismo, ideologia surgida no Brasil, nos anos 1930, inspirada pelo fascismo italiano.
Diversos membros da FIB são filiados ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). A legenda tem como "presidente de honra" o ex-deputado Roberto Jefferson, que atirou granadas e disparou com fuzil contra policiais, em 2022, quando agentes de segurança foram cumprir ordem de prisão contra ele.
Apesar de expulso das organizações, Fauzi segue atuando em organizações de extrema-direita. Ele tem ligação com o grupo Nova Resistência, que prega uma ideologia chamada "trabalhismo científico" e defende a ditadura militar brasileira.
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