Covid: eleitores de Lula tomaram 38% a mais de doses de vacina do que os de Bolsonaro

Os indicativos comprovam a diferença da adesão a outras campanhas vacinais, como o sarampo, poliomielite e influenza, por lulistas e bolsonaristas: 83% e 64%, respectivamente

Dados do Centro de Estudos Sou Ciência, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em parceria com o Instituto Ideia, indicam que os eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tomaram 58 milhões de doses a menos de vacinas contra a Covid-19 em comparação aos que votaram no presidente Lula (PT).

Os números mostram que os eleitores do petista receberam 38% a mais de doses do imunizante contra a Covid-19 que os eleitores de Bolsonaro.

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Os indicativos comprovam a diferença da adesão a outras campanhas vacinais, como o sarampo, poliomielite e influenza, por lulistas e bolsonaristas: 83% e 64%, respectivamente.

No que se refere à vacinação infantil contra a Covid-19, o número cresce; 76% dos eleitores de Lula são favoráveis e 39% dos eleitores de Bolsonaro concordam.

A confiabilidade nas vacinas entre os eleitores sinalizam uma disparidade, uma vez que, 38,4% do total dos eleitores bolsonaristas concordam que “as vacinas são amplamente testadas e têm eficácia comprovada”, contra os 75% dos eleitores de Lula.

Cerca de 13% dos eleitores de Bolsonaro informaram que tomavam vacinas habitualmente, no entanto, deixaram de fazê-lo durante a pandemia de Covid-19.

Os dados integram a “Pesquisa de Opinião Covid-19, Vacina e Justiça”, que ouviu 1.295 entrevistados, por meio de telefone celular, de todos os estados do país, com idade igual ou superior a 18 anos. A apuração foi realizada entre os dias 5 e 10 julho, com intervalo de confiança de 95% e margem de erro de 3%.

A diferença de eleitores dos dois candidatos que afirmaram ter tomado pelo menos uma dose da vacina contra a Covid-19 é de seis pontos: 97% dos eleitores de Lula e 91% dos eleitores de Bolsonaro.

No entanto, há diferenças perceptíveis na medida em que o esquema vacinal avançou. Entre os lulistas, 24% tomaram a quarta dose, entre os bolsonaristas, 14%. Na bivalente (quinta dose) foram 28% e 11%, respectivamente.

Ao longo do período eleitoral, o engajamento dos bolsonaristas diminuiu, haja vista que a polarização política limitou o acesso à bivalente.

Na relação dos dados da pesquisa (respondentes que afirmaram ter tomado ao menos uma dose) com o número de votos no segundo turno do pleito de outubro do ano passado, os eleitores de Lula tomaram cerca de 212 milhões de dose dos imunizantes contra a Covid-19; os de Bolsonaro, 154 milhões – diferença de 58 milhões de doses, ou 38% a mais de doses tomadas pelos eleitores do atual presidente da república.

Dentre os entrevistados que desistiram de completar o esquema vacinal, as principais justificativas foram: por achar que uma ou duas doses eram suficientes (15% lulistas; 22% bolsonaristas); deixaram de confiar no imunizante (10%; 25%) e outros alegaram que tiveram medo dos efeitos colaterais (19% e 28%).

A maioria dos eleitores de Lula que não continuou o esquema vacinal completo alegou "esquecer", "não ficar sabendo" ou "não conseguir tomar" (45%).

Renda, escolaridade e religião 

Os dados da pesquisa indicam que renda, escolaridade e religião são fatores importantes no que se refere à adesão às vacinas: 63% dos que recebem até um salário-mínimo afirmaram que sempre aderiram às campanhas, número que sobe para 84% entre os que ganham de três a cinco salários-mínimos e para 77% entre os que recebem mais de cinco salários.

Dos entrevistados que concluíram até o ensino fundamental, a adesão à vacina é de 57%; entre os com o ensino superior, de 81%. 

Vacinação infantil contra a Covid-19 

De acordo com o boletim do Observa Infância, da Fiocruz e Unifase, publicado no dia 9 de agosto, 11% das crianças de seis meses a cinco anos concluíram o seu esquema vacinal contra a Covid.

Conforme a pesquisa do Sou Ciência, apenas 23% dos pais levaram filhos menores de idade (até 18 anos) para vacinação contra Covid-19.

Na amostra geral da pesquisa, 55% dos entrevistados declararam ser favoráveis à vacina contra a Covid para menores de idade, 19% não concordam nem discordam e 14% se posicionaram contra. Já sobre as vacinas contra poliomielite e sarampo a aprovação sobe para 83% dos respondentes, o grupo dos que não concordam nem discordam se reduz a 13% e a reprovação despenca para 4%.

 

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