MEC limita ampliação de vagas em cursos de medicina particulares
Eventuais pedidos de aumento de vagas não poderão resultar em curso de Medicina com mais de 240 vagas; questões estruturais também serão levadas em consideraçãoO Ministério da Educação (MEC), comandado por Camilo Santana (PT), definiu novos critérios para pedidos de aumento de vagas nos cursos de Medicina em instituições privadas no Brasil. Na prática, a medida limita a criação de novas vagas para esses cursos, o que vinha ocorrendo de forma acentuada nos últimos anos. De acordo com o MEC, a medida expressa preocupação em “assegurar a qualidade da formação médica no Brasil”.
Dentre as condições prévias, estabelecidas por meio de portaria, estão a necessidade do curso de Medicina possuir conceito igual ou superior a quatro do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), nos últimos três anos da avaliação. Será levada em conta ainda a estrutura de saúde no município em que a instituição estiver alocada.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
Fica estabelecido que o pedido de aumento de vagas será limitado a até 30% das vagas já autorizadas para o respectivo curso e que tal pedido de aumento de vagas não poderá resultar em curso de Medicina com mais de 240 vagas. Além disso, o MEC destaca a necessidade de ausências de penalidades aplicadas “à instituição de ensino nos últimos três anos” e “ao curso de Medicina nos últimos seis anos”.
Entre os critérios estruturais, nas respectivas localidade, para abertura de novas vagas destacam-se exigências como: existência de, no mínimo, cinco leitos do SUS por vaga solicitada; máximo de três alunos por equipe de saúde da família; hospital de ensino ou unidade hospitalar com mais de 80 leitos e a existência de pelo menos três programas de Residência Médica implantados.
Leia mais
A portaria é publicada na esteira da análise do tema pelo Supremo Tribunal Federal (STF), onde o ministro Gilmar Mendes definiu que a ampliação de cursos de medicina deveria seguir regras do programa Mais Médicos, via chamamento público, que tem como intuito evitar a concentração de médicos em grandes centros urbanos e garantir o preenchimento de vagas em determinadas regiões.
Em 2018, o presidente Michel Temer (MDB) barrou, por meio de moratória, a abertura de novos cursos durante cinco anos, medida que venceu no primeiro semestre deste ano.
No entanto, durante o período diversas decisões judiciais, em caráter liminar, obrigaram o MEC a continuar atendendo a pedidos de criação de novos cursos ou ampliação de vagas, o que fez com que houvesse ampliação no segmento, que dá bastante lucratividade as empresas que gerem os cursos, dentre outros fatores devido aos elevados custos de mensalidades e pequenos índices de evasão.
Desde abril, portaria de Camilo Santana autorizava novos cursos, com prioridade aos locais onde há menor número de médicos por habitante.