No Ceará, Lula manda recado ao Banco Central: 'Dinheiro precisa circular nas mãos de muita gente'
Durante agenda no Ceará, Lula desejou que economistas estivessem assistindo ao evento do BNB para perceber os "benefícios" que acontecem quando se "acredita no povo trabalhador e mais humilde"
11:48 | Set. 01, 2023
Cumprindo agenda em Fortaleza, nesta sexta-feira, 1°, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) iniciou discurso mandando recado ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e para economistas do Brasil. Desde que assumiu a Presidência, Lula tem criticado o atual patamar de juros no Brasil e defendido a redução da taxa.
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"Espero que alguns economistas e o presidente do Banco Central (Campos Neto) tenham ouvido os discursos das duas companheiras aqui (beneficiárias de programas que falaram no evento), porque essa gente precisa compreender que o dinheiro que existe no País precisa circular nas mãos de muita gente. Se o dinheiro ficar parado na mão de poucos é concentração de riqueza", disse Lula.
O petista reforçou que quando o dinheiro é distribuído para muita gente a economia cresce. "Essa muita gente que compra alguma coisa, que produz, esse dinheiro gera emprego, desenvolvimento, comércio, fábrica e aí a gente percebe que acontecem duas coisas. A economia vai crescer, mas que ela crescendo ela precisa ser distribuída. Não podemos assistir na TV que o PIB cresceu e não foi distribuído (...) senão não tem sentido", pontuou.
Lula desejou que economistas estivessem assistindo ao evento do BNB para perceber os "benefícios" que acontecem "quando a gente acredita no povo trabalhador e mais humilde".
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O petista argumentou o motivo pelo qual defende a distribuição das riquezas e redução de juros. "Sabem porque o cartão de credito tem juros de 400%? Porque os bancos prevendo que vai ter calote, jogam nas costas dos bons pagadores, as dividas dos bons caloteiros".
E acrescentou: "O povo pobre tem uma coisa que a gente não encontra em shopping, não aprende na universidade ou em curso técnico. A maioria do povo pobre trabalhador tem caráter, não gosta de dever, porque muitas vezes o maior valor que eles tem é o próprio nome", disse.
Lula falou ainda: "Quando chegar quatro anos depois, ninguém aqui vai pedir voto para banqueiro. A gente vai pedir voto para vocês".