'Confio na lealdade de Wassef', diz Flávio Bolsonaro sobre advogado envolvido no caso das joias
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que confia "100%" na lealdade do advogado Frederick Wassef. O criminalista é investigado pela Polícia Federal (PF) por suspeita de recomprar um relógio Rolex que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ganhou de presente da Arábia Saudita e foi vendido por auxiliares dele no exterior.
"Eu confio 100% na capacidade e na lealdade do Wassef e não tenho absolutamente nada, nenhuma razão, para me preocupar com ele. Muito pelo contrário. Sempre deu demonstrações e provas da sua competência e da sua lealdade", disse o senador, nesta segunda-feira, 28, em vídeo publicado no Instagram.
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Wassef faz parte do círculo mais íntimo dos Bolsonaro. Já atuou como advogado da família, além de ter agido ativamente ao esconder em seu sítio em Atibaia (SP) o ex-assessor Fabrício Queiroz durante as investigações de um suposto esquema de "rachadinha" no gabinete de Flávio - quando era deputado estadual. Na época, o advogado era responsável pela defesa do senador, mas deixou a posição após a descoberta do esconderijo de Queiroz vir à tona.
Segundo a investigação da PF, Wassef recomprou, nos Estados Unidos, o relógio da marca Rolex recebido pelo ex-presidente em viagem oficial. O objeto foi vendido pelo tenente-coronel Mauro Cid, braço direito do ex-chefe do Executivo, e pelo pai dele, general Mauro César Lourena Cid, e recuperado para ser entregue ao Tribunal de Contas da União (TCU).
Após a operação da PF, Wassef admitiu ter comprado o relógio Rolex em junho do ano passado. "Eu comprei o relógio. A decisão foi minha. Usei meus recursos. Eu tenho a origem lícita e legal dos meus recursos. Eu tenho conta aberta nos Estados Unidos em um banco em Miami e eu usei o meu dinheiro para pagar o relógio. Então, o meu objetivo quando eu comprei esse relógio era exatamente para devolvê-lo à União, ao governo federal do Brasil, à Presidência da República", afirmou.
Como mostrou o Estadão, o advogado acumula R$ 66 mil em dívidas, que envolvem condomínio, impostos e multa de trânsito, mas, mesmo nessa situação, conseguiu recomprar o relógio que pode ter custado mais R$ 346 mil, segundo a investigação da PF. Diante dos novos fatos, congressistas da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos de 8 de janeiro afirmaram querer ouvir as explicações de Wassef.
No último dia 16, a PF apreendeu quatro aparelhos celulares do advogado. Ele estava em um restaurante no shopping Morumbi, em São Paulo, quando foi abordado pelos policiais. O carro de Wassef, que estava estacionado em uma vaga reservada para pessoas com deficiência, também foi revistado.
Wassef deve prestar depoimento na quinta-feira, 31, à Polícia Federal. Além dele, outros sete envolvidos no caso das joias serão ouvidos simultaneamente, como o ex-presidente Bolsonaro, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cid.
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