Ex-vereador, PMs e empresária presos por suspeita de agiotagem e lavagem de dinheiro

A operação foi intitulada "São Francisco", porque os crimes teriam sido cometidos no município de Canindé, conhecido nacionalmente por ter este santo como padroeiro e ser destino de fiéis devotos de São Francisco das Chagas

Um ex-vereador de Canindé, a esposa dele, três policiais militares e uma empresária do ramo de combustíveis foram presos nesta quinta-feira, 24. A operação “São Francisco”, realizada pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), investiga crimes de extorsão, organização criminosa e lavagem de dinheiro. A operação envolve secretarias do Governo do Ceará e também Polícia Federal.

A Delegacia de Assuntos Internos (DAI) da Controladoria Geral de Disciplina (CGD), a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO) da Polícia Federal (PF) e a Coordenadoria de Inteligência da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (Coin) participaram da ação conjunta.

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Além das prisões temporárias, a operação cumpriu mandados de busca e apreensão em propriedades vinculadas aos suspeitos. Na ocasião, três veículos de luxo, R$ 15 mil em espécie e quatro armas de fogo foram apreendidos. A Justiça também determinou a quebra de sigilos telefônico, telemático, bancário e de informática dos investigados e o bloqueio de eventuais valores que eles tivessem em suas contas bancárias.

A investigação

A investigação do MPCE — por meio do promotor de Justiça Jairo Pereira Pequeno Neto, titular da 2° Promotoria de Justiça de Canindé — sinaliza que há indícios de que existe em Canindé uma organização criminosa que pratica agiotagem, lavagem de dinheiro, além de extorsão e ameaça.

A operação teve início com a denúncia de uma integrante do esquema que começou a ser extorquida pelo grupo criminoso. A equipe exigia que ela pagasse valores emprestados a pessoas indicadas por ela ao líder da articulação.

O líder da organização seria um cabo da Polícia Militar, que estaria emprestando dinheiro a altos juros e, posteriormente, omitindo os valores recebidos de forma ilícita. A equipe criminosa contava com outros membros, que desempenhavam outras funções no esquema.

Conforme o relatório do Conselho do Controle de Atividades Financeiras (COAF) o grupo teria iniciado o esquema em 2019 e movimentado, de forma ilícita, aproximadamente R$ 8,2 milhões.

A operação foi intitulada “São Francisco” porque os crimes teriam sido cometidos no município de Canindé, distante 121 km de Fortaleza, conhecido nacionalmente por ter este santo como padroeiro e ser destino de fiéis devotos de São Francisco das Chagas.

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