Morre aos 88 anos Francisco Dornelles, ex-governador do Rio de Janeiro

Recentemente, Dornelles havia se afastado da vida pública. Ele ocupou cargos políticos de peso durante sua trajetória profissional, atuando como ministro, senador, deputado, secretário da Receita Federal, vice-governador e governador do Rio de Janeiro

Morreu nesta quarta-feria, 23, aos 88 anos, o presidente de honra do Progressistas, Francisco Dornelles. A informação foi confirmada pelo secretário de Saúde do Rio de Janeiro, Dr. Luizinho (PP-RJ). Recentemente, Dornelles havia se afastado da vida pública. Ele cupou cargos políticos de peso durante sua trajetória profissional, atuando como ministro, senador, deputado, secretário da Receita Federal, vice-governador e governador do Rio de Janeiro. 

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Natural de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, era membro de uma família com ampla vocação política. Por parte de pai, era primo de segundo grau do ex-presidente Getúlio Vargas. Pela família materna, era sobrinho dos ex-presidentes Tancredo Neves e Castelo Branco, além de ter como tio Ernesto Dornelles, que já atuou como senador e governador do Rio Grande do Sul. 

Dornelles se formou em Direito e Finanças Públicas e foi secretário da Receita Federal na gestão de João Figueiredo, no ano de 1979, durante a ditadura militar. Durante a sua administração, foi criada a simbologia do leão como imagem representativa do Imposto de Renda e da instituição, presente até os dias atuais. 

Em 1985, o político deixou a Receita Federal e ingressou no Ministério da Fazenda para uma breve governança. Embora tenha morrido antes de ser nomeado presidente da República, Tancredo Neves já havia indicado o sobrinho para a pasta. Posteriormente, ainda seria ministro da Indústria, Comércio e Turismo durante o primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso, liderando a pasta do Trabalho e do Emprego na segunda gestão de FHC. 

No Rio de Janeiro, foi um dos parlamentares constituintes e atuou na Câmara até o ano de 2007, por cinco mandatos consecutivos, com passagens por PFL, PPR e PPB. 

No PP, contudo, conquistou o posto no Senado nas eleições de 2006 e permaneceu na Casa até 2014, ano no qual renunciou, já nos último período do mandato, após ser eleito vice-governador do estado na sigla de Luiz Fernando Pezão (PMDB). 

No Palácio Guanabara, Dornelles foi governador interino durante sete meses durante a licença médica de Pezão para tratamento contra o câncer, em março de 2016, e chefe do Executivo estadual após a prisão do mandatário em 2018, por meio da Operação Lava Jato, quando foi designado a conduzir a gestão estadual pelos 32 dias de mandato que restavam. 

No primeiro período à frente da administração, em junho de 2016, Dornelles decretou o Estado de Calamidade Pública no Rio de Janeiro, o que viabilizou o socorro financeiro do governo federal para o estado. 

Em 2019, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entendeu que Pezão e Dornelles cometeram o crime de abuso de poder econômico nas eleições de 2014, o que resultou na inelegibilidade de ambos até 2022. 

O pleito de 2020, foi, dessa forma, o primeiro em mais de duas décadas a acontecer sem que Dornelles estivesse desempenhando um posto político ou participando enquanto candidato. 

O ex-governador ganhou, no último ano, uma biografia intitulada "O poder sem pompa", escrita pela jornalista Cecília Costa. A obra é baseada em depoimentos do próprio personagem e relembra passagens da trajetória de Dornelles. 

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