Após confusão e gritaria, sessão da CPMI dos Atos Golpistas é cancelada
Dentre os requerimentos, protocolados pela relatora da comissão, estão a convocação e quebra de sigilos do advogado de Bolsonaro, Frederick Wassef, e da deputada Carla Zambelli (PL-SP).A decisão das pautas que seriam abordadas nesta terça-feira, 22, na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos golpistas do 8 de janeiro, causou dissidências entre os membros do colegiado, o que resultou no cancelamento da sessão de hoje.
Dentre os tópicos a serem debatidos pelo colegiado, estava a votação de requerimentos para convocar e quebrar sigilos de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), bem como pedir a apreensão do passaporte dele e da sua esposa, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. O requerimento foi protocolado pela relatora da comissão, senadora Eliziane Gama (PSD-MA).
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O presidente da CPMI, deputado federal Arthur Maia (União-BA), cancelou a sessão do colegiado, que estava prevista para começar às 14 horas. Antes do cancelamento, Maia havia adiado, por duas vezes, o início dos trabalhos da comissão, que, de início, estava previsto para às 9 horas desta terça, 22.
A pauta, regimentalmente, deve ser publicada com 48 horas de antecedência à sessão.
A reunião que estava sendo realizada entre a liderança do PDT e parlamentares governistas e de oposição, a relatora da comissão, senadora Eliziane Gama e Arthur Maia, terminou com desentendimentos e gritos.
A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) revelou que não foi possível entrar em um acordo sobre a pauta desta terça e que o encontro deliberativo ficou marcado para a quinta-feira, 24, antes do depoimento de Luís Marcos dos Reis.
“Nós consideramos isso prejudicial para a oitiva, é cansativo, quinta-feira muitos parlamentares já têm passagem comprada, porque têm trabalho em suas bases”, continuou.
“E, geralmente, o que a gente está vendo, é que sempre, mesmo construindo um acordo para esta deliberativa, sempre tem aquela gritaria, aqueles pedidos pela ordem que não são pela ordem (...) considero que perdemos um dia, porque não houve consenso”, pontuou a senadora.
Dentre os requerimentos, protocolados pela relatora da comissão, estão a convocação e quebra de sigilos do advogado de Bolsonaro, Frederick Wassef, e da deputada Carla Zambelli (PL-SP).
Os aliados do ex-presidente defendem a convocação de Zambelli, a base, todavia, solicita a quebra de sigilos da deputada, e este teria sido o motivo principal para que a confusão fosse iniciada. No depoimento do hacker da “Vaza Jato” Walter Delgatti Neto, o nome de Zambelli foi citado como responsável por mediar o encontro dele com o ex-mandatário, em um plano para fraudar urnas eletrônicas.
“Eles (parlamentares) não concordaram com absolutamente nada. (...) Quando eles não conseguem aceitar absolutamente nada nem ninguém, blindam tudo e inventaram também enredos que não tinham nada a ver com o caso, e nós entendemos que sim, mas para termos certeza também precisamos investigar, ter acesso, enfim, fica difícil prosseguir”, acrescentou Thronicke.
“Estamos vivendo um momento onde alguns estão ou nervosos ou com medo ou alguma coisa desse tipo porque se exaltaram de forma que nós não imaginávamos, houve desrespeito hoje nessa reunião e tivemos que encerrar”, completou.
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