Quem é o hacker Walter Delgatti, que fez fortes acusações contra Bolsonaro na CMPI do 8/1

No dia 2 de agosto, o hacker de Araraquara e a deputada Carla Zambelli (PL-SP) foram alvos de mandados de busca e apreensão da Polícia Federal (PF).

O nome do hacker Walter Delgatti Neto passou a ser uma peça principal na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos golpistas do 8 de janeiro. Delgatti, que invadiu os telefones de integrantes da Operação Lava Jato, prestou depoimento ao colegiado nesta quinta-feira, 17.

No dia 2 de agosto, o hacker de Araraquara e a deputada Carla Zambelli (PL-SP) foram alvos de mandados de busca e apreensão da Polícia Federal (PF) por eventual participação em um esquema de inserção de alvarás digitais falsos de soltura e mandados de prisão no Banco Nacional de Monitoramento de Prisões do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). No mesmo dia, Delgatti foi preso.

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Um destes falsos mandados incluía o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. No documento inserido no sistema, estava escrito “faz o L”, em referência ao slogan de campanha eleitoral de 2022 do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"Determino, por fim, a extração integral de cópias e sua imediata remessa para o Inquérito n. 4.874/DF e de todos os inquéritos de censura e perseguição política, em curso no Supremo Tribunal Federal para o CNJ, a fim de que me punam exemplarmente. Diante de todo o exposto, expeça-se o competente mandado de prisão em desfavor de mim mesmo, Alexandre de Moraes. Publique-se, intime-se e faz o L", diz o ofício falso que era assinado por Moraes, contra si mesmo.

Conheça Walter Delgatti

Conhecido por invadir os celulares de quase 200 autoridades, conforme a PF, Walter Delgatti Neto relatou à CNN que invadiu a conta do Telegram do ministro Alexandre de Moraes.

“Eu estava empolgado com tudo e fiquei cego. Eu comecei a enxergar somente isso. Eu sonhava com isso, acordava pensando nisso, ia para aula com o Telegram conectado ali nas conversas”, destacou.
Ele afirmou ainda que não tinha foco na Operação Lava Jato. “Se eu tivesse focado a Lava Jato, teria conseguido antes. A Lava Jato é o último lugar em que imaginei que encontraria irregularidades”.

Em junho de 2019, contudo, o site “The Intercept Brasil” revelou mensagens do senador Sérgio Moro (União-PR) e investigadores da Lava Jato que foram vazadas pelo hacker. De acordo com Delgatti, ele não recebeu pelas informações propagadas.

As mensagens sinalizavam que Moro e o procurador Deltan Dallagnol combinavam operações. Um mês depois, em julho de 2019, Deltan foi preso na operação Spoofing, que investigava o caso.

Em outubro de 2020, o hacker foi para o regime semiaberto, com o uso de tornozeleira eletrônica. Em junho deste ano, ele chegou a ser preso por descumprir uma medida da Justiça que o proibia de acessar a internet, contudo, depois foi posto novamente em liberdade.

Depois do caso da “Vaza Jato”, ele foi procurado por políticos de direita - tendo contado, então, com Carla Zambelli. Em entrevista, o hacker afirmou que receberia cerca de R$ 6 mil da parlamentar.

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