Flávio admite conversa de Bolsonaro com hacker: 'Foram no sentido de instruir o TSE'

Flávio fez uma série de perguntas relacionadas às denúncias apresentadas por Delgatti

Durante o questionamento ao hacker Walter Delgatti Neto, que prestou depoimento nesta quinta-feira, 17, à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas de 8 de Janeiro, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) acabou admitindo, ainda que indiretamente, que o então presidente Jair Bolsonaro (PL) teve encontro com Delgatti no Palácio do Alvorada.

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"As conversas sempre foram no sentido de instruir o TSE. Para mostrar: TSE dá para melhorar a segurança das urnas", disse o filho do ex-presidente.

Antes de Flávio iniciar a inquirição, a senadora Damares Alves (PL-DF) e o deputado André Fernandes (PL-CE) usaram o tempo para fazer discursos em vez de fazer perguntas. Já na vez do senador filho de Bolsonaro, Delgatti respondeu a todas as perguntas dizendo que ficaria em silêncio. A mesma estratégia foi adotada quando o senador Marcos Rogério (PL-RO) fez perguntas. O silêncio só foi adotado durante os questionamentos da oposição.

A defesa Delgatti, conhecido como Vermelho, pediu salvo-conduto ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira, 16, para que ele pudesse ficar em silêncio na comissão. O pedido foi autorizado pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão afirma que ele tem o direito de consultar os advogados durante o depoimento e pode decidir quais perguntas vai responder.

Flávio fez uma série de perguntas relacionadas às denúncias apresentadas por Delgatti. O senador questionou se ele tinha alguma ligação com partidos de esquerda, se sabia quem pagava os honorários do advogado de defesa, se sabia quantas linhas têm o código fonte das urnas eletrônicas e se ele conhecia a pessoa que tirou a foto do seu carro na visita a Bolsonaro ao Palácio da Alvorada.

"Se eu fosse o relator dessa comissão, eu estaria preparando o pedido de prisão porque ele está mentindo", disse Flávio.

O senador ainda mostrou uma publicação do advogado de Delgatti em que ele segura o livro biográfico do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), escrito por Fernando Moraes, e anuncia que as vendas do livro em uma sessão de autógrafos do autor seriam revertidas para a custear despesas Delgatti.

"Os direitos autorais dos seus livros vendidos no dia serão revertidas ao Walter Delgatti", disse o advogado no Instagram. O caso chamou atenção da oposição na CPMI.

Delgatti ficou conhecido em 2019 por ter invadido celulares e vazado mensagens atribuídas a Sérgio Moro e a integrantes da Operação Lava Jato. No início deste mês, o hacker voltou a ser preso pela invasão de sistemas da Justiça para inclusão de mandado falso de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF. Em depoimento ontem à PF, Delgatti disse que recebeu R$ 40 mil da deputada Carla Zambelli para fazer o serviço.

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