Cid Gomes acha que Zema não afeta reforma tributária: 'Não reconheço nele autoridade para isso'
Entre os parlamentares, existe quem avalie que a fala de Zema, devido à repercussão negativa, beneficiam os estados do Nordeste. Parlamentares tentam evitar que reforma seja prejudicadaA entrevista do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), na qual defende fortalecimento do espaço dos estados das regiões Sul e Sudeste, tem como um dos alvos a proposta de reforma tributária, em tramitação no Senado. Há avaliação de que as declarações possam acirrar os ânimos e tornar a tramitação mais conflituosa. Não é a opinião do senador cearense Cid Gomes, líder do PDT na Casa.
Questionado se a fala do governador poderá inflamar o debate entre senadores, Cid responde: "Não reconheço nele (Zema) autoridade para isso".
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Diferentemente da Câmara, onde a representação dos estados é proporcional à população, o papel do Senado é preservar o equilíbrio federativo, com representações iguais para cada unidade. "No Senado, não há diferença entre Roraima e São Paulo. Todos os estados têm três senadores, porque somos uma federação e uma federação tem que ser entendida assim", disse o senador e ex-governador cearense.
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Na entrevista publicada no sábado, 5, pelo Estado de S.Paulo, Zema tocou em dois pontos da reforma tributária: a divisão do Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional (FNDR), que a PEC cria, mas não diz como será repartido; e a representatividade dos Estados no Conselho Federativo, responsável por gerir o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), que unifica os atuais ISS e ICMS.
Cid Gomes defende que o fundo para reduzir as desigualdades regionais seja dividido de forma "proporcional à população, e inversamente proporcional à renda", mas crê que a fixação desses critérios seja feita por meio de lei complementar, "como a boa técnica legislativa diz" e nos termos já previstos pela Câmara.
"(As declarações de Zema) significam muito pouca coisa para nós mudarmos a abordagem e a análise de uma matéria tão importante", disse Cid, classificando os posicionamentos como "infelizes".