Presidente do Psol avalia aliança com PT em Fortaleza; grupo de Roseno defende independência
Partido começou série de encontros para definir cargos na executiva da legenda e candidatura na Capital em 2024O Psol realizou neste sábado, 5, a primeira das cinco plenárias municipais para definir os rumos da sigla para as eleições 2024. Os encontros fazem parte de um processo que irá definir cargos na direção estadual e o posicionamento do partido quanto às atuais gestões em Fortaleza e no Ceará.
É o que explica o presidente do Psol Ceará, Alexandre Uchoa. Fortaleza terá cinco plenárias, que se estendem até 3 de setembro. A partir daí, deve ocorrer um congresso estadual, entre 16 e 17 de setembro, finalizando com um encontro nacional entre 29 de setembro e 1 de outubro.
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"É um momento da democracia do nosso partido com o congresso estadual das plenárias saindo os números de votos em cada tese e proporcionalmente dividido em cada delegados irá escolher escolher a direção estadual", explica o presidente.
Uchoa, por exemplo, foi eleito titular na etapa estadual do 7º Congresso Nacional, em 2021. A chapa teve 50% dos votos das delegadas e delegados estaduais, garantindo a presidência do Psol no Ceará pelos próximos dois anos. Ele conseguiu derrotar a chapa que era apoiada pelo deputado estadual Renato Roseno (Psol).
O atual dirigente partidário pertence ao mesmo grupo da secretária estadual da Juventude, Adelita Monteiro, que defende uma "unidade mais ampla", que poderia significar a legenda abrir mão de lançar candidatura própria na disputa pela Prefeitura de Fortaleza. A movimentação poderia levar a uma adesão ao candidato compactuado pelo bloco governista, hoje liderado pelo governador Elmano de Freitas (PT) e pelo ministro Camilo Santana (PT).
Alexandre deixa aberta, no entanto, a definição da candidatura, uma tradição da legenda, mas ressalta que o entendimento do grupo é de "uma frente mais responsável" de olho em conter o avanço da direita. O campo conservador já tem pré-candidatos com o Capitão Wagner, pelo União Brasil e André Fernandes, pelo PL.
"A gente entende que foi uma vitória muito grande, a vitória do Lula. A gente acha que qualquer passo atrás é um retrocesso e a gente pode correr o risco de um contra golpe da extrema-direita, então tudo que ampliar o nosso processo do campo democrático", afirma.
Em outra frente atua o bloco de Renato Roseno. Além dele, a vereadora Adriana Gerônimo (Psol), integrante do mandado coletivo Nossa Cara, milita pela causa de "uma profunda mudança nos rumos do Psol Ceará". O grupo avalia ser necessário dialogar com outras legendas, mas apresentar agenda própria.
"A ideia de crescer emulando os partidos mais tradicionais e as lógicas tradicionais é um perigo ao Psol e nos faz perder independência, que é importante até para defender criticamente os programas que contribuímos em eleger", ressaltou o deputado ao O POVO.
Este é o primeiro evento geral do Psol após a crise na legenda após a saída do ex-suplente Ari Areia. Na época, o jornalista fez acusações contra Roseno, entre elas, de interferência em pagamentos por serviços prestados ao partido.
Ao comentar o episódio, que não seria o único insatisfeito com o comportamento do deputado, e que mais pessoas envolvidas teriam “o que falar”. “Mas essa gente (do alto do seu apartamento de meio milhão no Meireles), tem prazer em tripudiar, humilhar”.
O deputado, entretanto, reforça que, no período em que Ari estava como suplente no partido, a legenda era encabeçada por outras pessoas. Ele afirma ainda que as informações sobre a contratação, realizada no ano de 2021, já foram apresentadas pelos dirigentes do Psol à época e que, até onde sabem, “não há nenhuma pendência trabalhista no partido com o autor da difamação”.
“Não participo há anos da direção do Psol, tampouco o campo político que integro possui maioria na Executiva do partido. As acusações de que exerci influência sobre qualquer processo de desligamento nesse período são, portanto, infundadas”, escreveu o deputado.