Lula comenta ameaças de morte: "Se eu tivesse medo, não tinha nascido"

Na manhã desta sexta-feira, a Polícia Federal (PF) cumpriu um mandado de busca e apreensão em Belém, no Pará, contra um suspeito de incitar ataques violentos contra o mandatário

15:47 | Ago. 04, 2023

Por: Luíza Vieira
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (foto: José Cruz/Agência Brasil)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se posicionou a respeito das ameaças de morte que recebeu de homens no Pará. Nesta sexta-feira, 4, durante evento em Parintins, no Amazonas, Lula disse que “se tivesse medo, não tinha nascido”.

“Vocês vão ter a notícia de que a PF prendeu um cidadão em Santarém/PA, que disse que ia me matar hoje, quando eu chegasse lá. Ele tá preso. Há boatos de que em Belém também tem um cidadão que disse que ia matar. Se eu tivesse medo, eu não tinha nascido. Se eu tivesse medo, eu não seria presidente da República. Eu aprendi com a minha mãe a não ter medo de cara feia. Cachorro que late, não morde”, declarou o presidente.

Na manhã desta sexta-feira, a Polícia Federal (PF) cumpriu um mandado de busca e apreensão em Belém, no Pará, contra um suspeito de incitar ataques violentos contra o mandatário. Conforme a PF, a iniciativa “busca angariar mais elementos de convicção acerca do comprometimento de crimes e evitar a possibilidade de atentado ao presidente, posto que o suspeito atua profissionalmente como vigilante e possui porte de arma de fogo”.

O homem que ameaçou dar um tiro em Lula foi detido pela PF na noite desta quinta-feira, 3, no Pará. “O homem teria dito que daria um tiro na barriga do presidente e perguntado aos presentes se sabiam onde ele se hospedaria quando fosse ao município”, informou a PF em nota.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, comentou o assunto em suas redes sociais, afirmando que “isso não é liberdade de expressão”, e que a PF continuará aplicando a lei contra criminosos. “Renovo os apelos para que as pessoas protestem pacificamente e esperem a eleição de 2026”, completou.

Retomada do programa Luz para Todos 

O evento no qual a declaração foi proferida ocorreu para relançar o programa “Luz para Todos”, elaborado em 2003, durante o primeiro mandato do petista. A ação visa ampliar o acesso da população à energia elétrica no Brasil.

O Palácio do Planalto prevê que, até 2026, mais de 350 famílias serão beneficiadas com a nova etapa do programa.

Para marcar a retomada do “Luz para Todos”, foi inaugurado o “Linhão de Tucuruí”, que permite a ligação do sistema nacional de energia elétrica das cidades amazonenses de Parintins e Itacoatiara e de Juriti no Pará.

A gestão afirmou que o Linhão proporcionou o acesso à energia por meio de fontes limpas e renováveis, uma vez que, antes da conexão, Parintins dependia de uma usina termelétrica movida a óleo diesel, que consumia cerca de 45 milhões de litros de combustíveis por ano.

Durante o evento, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, assinou a ordem de serviço para conectar Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN) com a linha de transmissão Manaus-Boa Vista. A região é a única no Brasil isolada do sistema energético nacional.

“Serão investidos R$ 2,6 bilhões nas obras, que vão substituir usinas termelétricas e garantir energia confiável, limpa e renovável. Os moradores de Boa Vista e cidades próximas dependem de usinas termelétricas movidas a óleo diesel, gás natural, biomassa e uma pequena central hidrelétrica. A expectativa é de mais de 11 mil empregos diretos e indiretos com as obras, com previsão de serem concluídas em setembro de 2025”, explicou o Planalto.

Além disso, foi assinado um decreto que amplia o intercâmbio energético com países que fazem fronteira com o Brasil, o que permitirá, por exemplo, a compra de energia da Venezuela. O país realiza esse tipo de troca com a Argentina, Uruguai e Paraguai, por meio da Usina de Itaipu.

“O decreto vai permitir realizar contratos para a trazer energia limpa e renovável da Venezuela, da usina de Guri, que volta a ter um papel importante para garantir energia barata e sustentável para Roraima e para o Brasil”, informou o ministro Silveira.