André Fernandes chora ao falar sobre medo de ser preso: "Sensação de impotência"

O deputado federal foi às lágrimas ao dizer que "está se cuidando para não ser preso"

O deputado federal cearense André Fernandes (PL) chorou na Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, em debate sobre prisões relacionadas a atos de 8 de janeiro, nesta quinta-feira, 3. Ele falava sobre a “sensação de impotência” que sente em meio a um cenário que ele diz ser de perseguição.

“Eu vejo a situação em que o Brasil está e dói, dói, se a gente vê parlamentar sendo perseguido, imagina quem não tem mandato. Eu tenho certeza que todos os deputados que aqui estão, a vontade é de fazer muito mais. Mas a gente tem as nossas reuniões internas e a gente escuta ‘calma, não vai com força, não. Se tu for, vão cortar tua cabeça’”, disse.

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Às lágrimas, ele continuou; “E a gente tem que tá se cuidando para não ser preso. Um deputado federal. Dói, senhor presidente, essa sensação de impotência. Não existe respeito, não existe liberdade”.

André Fernandes disse que muitas vezes se sente impotente e tem que “medir as palavras do que irá falar” quando vai se pronunciar.

“Eu vou até aqui abrir o meu coração. Nós também, muitas vezes, senhores, também sentimos a sensação de impotência. Quando nós vamos nos pronunciar, e olha a que ponto chegamos, e eu tô falando de um deputado federal eleito democraticamente. Às vezes, nós temos que medir as palavras do que nós vamos falar”, declarou.

De acordo com o deputado, não se respeita mais o “kit obstrução”, instrumentos e práticas que parlamentares usam para protelar ou evitar a votação de determinada matéria, por barrar na presidência da Câmara.

“O povo diz 'a Câmara não vai fazer nada?', 'vocês não vão obstruir?'. Aí a gente chega e diz 'vamos obstruir', chega o presidente da Câmara e diz 'não vai ter obstrução'. Até porque hoje não se respeita mais o kit obstrução”, afirmou.

No fim de sua fala, Fernandes disse que o que lhe conforta é saber que “essas pessoas” não irão “escapar da justiça divina”. “O que me conforta é saber que essas pessoas elas podem fazer o que quiserem aqui na Terra, mas elas não escaparam da justiça divina. É o que me conforta”, destacou, em meio a aplausos dos presentes.

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