Custódio Almeida é confirmado por Lula e Camilo como reitor da UFC; posse está marcada

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu nomear o professor Custódio Almeida como próximo reitor da Universidade Federal do Ceará (UFC). A nomeação ocorrerá no próximo dia 20 de agosto, mas a decisão já foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira, 3. A professora Diana Azevedo, que compôs chapa com Custódio, será a vice-reitora da instituição. Custódio e Diana ocuparão os cargos pelos próximos quatro anos.

A cerimônia de posse, deve ocorrer no próximo dia 25 de agosto, na Concha Acústica da UFC. Ao O POVO, Custódio informou que a cerimônia deverá ter início às 17 horas, com programação cultural, e que a partir das 18 horas inicia-se a solenidade de posse que, segundo o futuro reitor, deverá contar com a presença do ministro da Educação, Camilo Santana (PT).

A nomeação publicada no DOU é assinada por Lula e por Camilo. Professor do Instituto de Cultura e Arte (ICA), Almeida comentou o sentimento após o processo de escolha, realizado ainda em abril deste ano.

"Fui aluno da UFC e sou professor há mais de 30 anos. Ser nomeado para dirigir a universidade, em um momento de expectativa como esse, é muito especial. Tenho um trabalho que extrapola o âmbito interno da universidade. De articulação com a sociedade, para que a UFC se entenda como um motor de desenvolvimento e crescimento. Tenho muito trabalho pela frente. Não há deslumbramento com a nomeação. Há um sentimento de compromisso" destacou o professor.

Custódio Almeida foi o mais votado na consulta à comunidade acadêmica, alcançando 83,11% dos votos válidos, com aplicação da média ponderada. O professor obteve 17.476 votos na consulta universitária que mediu a preferência de professores, servidores técnico-administrativos e alunos entre os candidatos aos cargos de reitor e vice-reitor.

O professor também foi quem mais obteve votos na deliberação do Conselho Universitário (Consuni). O docente recebeu 29 votos, de 38 possíveis no conselho.

Caminho até a nomeação

A UFC realizou consulta à comunidade acadêmica para escolha dos novos reitor e vice, nos dias 25 e 26 de abril. A consulta era uma das etapas para a elaboração de uma lista tríplice a ser definida pelo Conselho Universitário (Consuni) e posteriormente encaminhada ao Ministério da Educação (MEC) e ao presidente da República, a quem cabe a prerrogativa de nomear.

No dia 28 de abril, o Conselho Universitário (Consuni) se reuniu e, por maioria, decidiu colocar Custódio no topo da lista tríplice a ser encaminhada para Brasília. A Segunda colocada na consulta acadêmica, professora Elizabeth Daher retirou o nome da disputa e sequer apareceu na lista tríplice; ela tinha o apoio do reitor, Cândido Albuquerque.

Como a legislação determina que três nomes devem ser submetidos para a escolha do governo federal, os professores Paulo Roberto, do Departamento de Cirurgia, e Francisco de Assis de Souza Filho, do Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental, foram indicados para completar a lista, praticamente como formalidade.

A consulta acadêmica deste ano gerou expectativa na comunidade da UFC, devido às polêmicas registradas durante o processo realizado em 2019, quando o professor Cândido Albuquerque, foi escolhido reitor pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL), mesmo tendo minoria de votos na consulta interna.

Disputa anterior para reitor

Na ocasião, Cândido concorreu contra Custódio, vice-reitor da universidade à época, e Antônio Gomes de Souza Filho, então pró-reitor de Pesquisa e pós-graduação. Custódio foi o mais votado tanto entre estudantes, quanto entre professores e servidores técnico-administrativos, recebendo 7,7 mil votos no total; Antônio obteve 2,2 mil votos e Cândido registrou 610 votos. Foi também o primeiro na lista tríplice formada no Conselho Universitário. No entanto, Custódio acabou preterido pela gestão Bolsonaro, que optou por nomear Cândido.

A escolha gerou protestos de parte dos quadros universitários, que passaram a pressionar a reitoria por entender que houve desrespeito à comunidade acadêmica. A lei não determina obrigatoriedade de seguir o resultado da consulta ou mesmo a ordem da lista tríplice encaminhada pelo Consuni, mas esse era um costume que vinha sendo respeitado integralmente antes da gestão Bolsonaro.