Possível cassação de Moro movimenta políticos para disputar vaga no Senado
A provável cassação de Moro decorre de ações movidas pelo PL e pela Federação Brasil Esperança (PT, PCdoB e PV)A eventual cassação do mandato do ex-juiz da Lava Jato e senador, Sérgio Moro (União- PR), movimenta políticos e parlamentares para disputar a vaga de senador no Paraná. A provável cassação de Moro decorre de uma ações movidas pelo PL e pela Federação Brasil Esperança (PT, PCdoB e PV).
Até o momento, seis “pré-candidatos” pretendem disputar a vaga que pode ser aberta no Senado Federal.
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O Partido Liberal (PL) e a Federação Brasil Esperança moveram ações na Justiça Eleitoral solicitando a cassação de Moro, alegando um suposto abuso de poder econômico por gastos irregulares do ex-juiz ainda durante pré-campanha, quando ainda era filiado ao Podemos e planejava disputar a Presidência da República.
O processo também tem como alvo outros membros da chapa por se tratar de um caso de eventual irregularidade eleitoral. Tanto Moro quanto dos seus suplentes teriam se beneficiado da iniciativa. Caso a Justiça Eleitoral opte pela condenação, toda a chapa é cassada e novas eleições serão realizadas. De todo modo, Moro ainda poderá recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Contudo, a previsão é que a Corte siga o mesmo entendimento do caso da cassação da ex-senadora Selma Arruda (Podemos-MT), convocando novas eleições para o cargo.
Dentre os pré-candidatos à eventual vaga de Moro, está o secretário de Indústria e Comércio do Paraná, Ricardo Barros, que atuou como líder do governo de Jair Bolsonaro (PL) na Câmara dos Deputados e ex-ministro da Saúde de Michel Temer.
Ele considera a cassação de Moro provável e, por este motivo, se prepara para disputar as eleições. “A jurisprudência na cassação da juíza Selma está firmada e o caso do Moro é idêntico”, disse o ex-ministro à CNN.
Barros se colocou à disposição do seu partido, Progressistas, e informou que tem o “apoio do partido para concorrer”.
Além do secretário, outro pré-candidato é o ex-deputado Paulo Martins (PL-PR), que ficou em segundo lugar no estado durante as eleições de 2022 para o Senado, com quase 1,7 milhão de votos, enquanto o eleito, Sergio Moro, recebeu 1,9 milhão.
Por ter ocupado a colocação, Martins deve ser convocado para assumir a vaga interinamente, caso Moro tenha o mandato cassado, até que sejam realizadas novas eleições e ele dispute.
“Se houver uma nova eleição, minha candidatura é um imperativo, já que fiquei em segundo e com grande votação. Essa é uma questão pacificada no PL. No entanto, vamos aguardar a decisão da justiça”, disse Martins à CNN.
O PT, por sua vez, tem três nomes ventilados para ocupar a vaga de Moro: a deputada e presidente da legenda, Gleisi Hoffmann; o ex-senador Roberto Requião; e o deputado e líder do partido na Câmara, Zeca Dirceu.
Também à CNN, Zeca afirmou que está à disposição da sigla: “É fato que meu nome tem sido lembrado e defendido. Mas acho muito cedo para dar prioridade a isso”, continuou. “Acredito na cassação, porque existe uma abundância de provas que mostram caixa dois, campanha antecipada e abuso do poder econômico”, disse o líder do PT.
Requião comentou sobre a possibilidade de Moro ter o mandato cassado. Segundo ele, “tudo indica que sim”, o senador pode ser cassado. Quando questionado se disputaria a vaga de Moro, ele respondeu: “Se estou fazendo política? Estou fazendo o tempo todo. É o que eu faço”.
Além desses nomes mencionados, o ex-senador Álvaro Dias (Podemos-PR) também integra a lista de pré-candidatos ao cargo de senador pelo Paraná. Dias chegou a apoiar o ingresso de Moro na política, no entanto, acabou derrotado pelo próprio ex-juiz na disputa ao Senado.
Quatro meses após se filiar ao Podemos, Sérgio Moro migrou para o União Brasil, tornando-se adversário direto de Álvaro, seu então amigo.
O presidente do União Brasil, Luciano Bivar, informou que “tudo ainda não passa de especulação” e que “internamente, nosso partido não discute o assunto”.