Vice de Sarto critica Elmano por atritos com Prefeitura: 'Está sendo levado por Camilo'

Declaração de Élcio Batista ocorre na esteira de recentes divergências entre Prefeitura e Governo sobre obras em Fortaleza, em especial sobre a obra da Ponte dos Ingleses

O vice-prefeito de Fortaleza, Élcio Batista (PSDB), criticou o governador Elmano de Freitas (PT) pelo tratamento que vem tendo com a Prefeitura. Para Batista, Elmano está levando a relação “pelo fígado”, sob orientação do ex-governador e atual ministro da Educação Camilo Santana (PT).

A fala foi dada em entrevista à Rádio O POVO CBN, nesta quinta-feira, 27, e ocorre na esteira de recentes divergências entre Prefeitura e Governo sobre obras em Fortaleza, em especial sobre a obra da Ponte dos Ingleses.

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Na quarta-feira, 26, o prefeito José Sarto (PDT), informou que assumirá o restante da obra, que até então era de responsabilidade compartilhada com o governo estadual. A gestão estadual, por sua vez, informou que uma vistoria técnica constatou erros na estrutura da obra da Ponte dos Ingleses, na Praia de Iracema, feita pelo Município. "O laudo que temos é que ela não suporta", disse Elmano sobre a intervenção.

Representantes da Prefeitura classificaram a informação como "irresponsável" e "sem nenhuma base técnica". O equipamento está interditado há anos e tem obras paralisadas desde 2022.

Questionado sobre o que teria sido determinante para que a Prefeitura assumisse a responsabilidade, Élcio elencou três pontos. “O primeiro é uma diferença de atitude entre o perfeito Sarto e o atual governador Elmano. Enquanto o governo procura um culpado e uma desculpa para não fazer a obra, o prefeito, com sua atitude, resolveu fazer", iniciou o vice-prefeito.

"O segundo é a diferença de competência. Em que sentido? Fortaleza tem centenas de obras da prefeitura, nenhuma está parada. Diferentemente das obras do governo do Estado na cidade”, argumentou.

E seguiu: "O terceiro é que a gente quer desenvolver a Cidade, a renda e a prosperidade. Enquanto o governo, me parece, não está interessado em resolver problemas. Está interessado em viajar, em fazer outras coisas. Mas, objetivamente, enfrentar os problemas parece que não é a tarefa do governo. Esses três pontos demarcam uma diferença importante entre as administrações”, pontuou.

Élcio, que compôs a equipe do então governador Camilo Santana (PT) como chefe de gabinete e secretário da Casa Civil, antes de ser vice-prefeito, também comentou a obra parada do Acquario Ceará, a qual argumentou haver “falta de decisão política e prioridade” por parte do governador à época, para finalizar.

“Alternativas foram dadas e apresentadas durante o período em que estive no governo. Agora entendo o seguinte: prioridade e decisão política são parte da gestão pública e elas precisam acontecer. Na decisão do prefeito Sarto sobre a ponte, foram enviados ofícios para o governo que não foram respondidos. O Ministério Público fez uma reunião e o governo disse que não teria dinheiro. O recurso é de R$ 8 milhões, talvez, atualizado, R$ 10 milhões. Você quer me dizer que o governo não tem R$ 10 milhões?”.

Sobre a nota do governo de que haveria irregularidades na obra inicial feita pela prefeitura, Élcio disse que o argumento “não se sustenta” e que isso seria comprovado pela Prefeitura. “Não tem um laudo técnico dizendo isso, tem uma vistoria que não foi assinada pelo Corpo de Bombeiros, nem por uma pessoa que possa dar esse laudo técnico. O secretário Samuel (Infraestrutura) entrará com uma medida” para comprovar que a informação não tem fundamentação.

Então o vice-prefeito reforçou as críticas a Elmano, a quem chamou de "boa pessoa", mas que estaria sendo conduzido de modo equivocado por outros em seu entorno. “Infelizmente acho que o governador foi conduzido a fazer uma fala equivocada em relação a essa questão técnica. Vale ressaltar que tivemos ofícios enviados, em um curso de quase dois anos, e só agora vieram dizer que a obra não tem condição de ser realizada? (...) Onde se viu um governador que vai completar sete meses não receber um prefeito da quarta cidade do país. Onde que existe isso? Eu trabalhei com Elmano, ele é uma boa pessoa. Mas acho que ele está sendo levado, pelo governador Camilo, pelo fígado", argumentou.

De acordo com Élcio, a postura faz com que o gestor estadual não consiga "trabalhar exatamente com o que deve ser o gestor público, que precisa trabalhar com pensamento, diálogo e a busca de consenso. O fígado não é o melhor caminho para resolver nenhum problema", apontou.

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