Ex-PM confirma envolvimento dele, de Lessa e Maxwell no assassinato de Marielle

O ex-Policial Militar Élcio de Queiroz fez acordo de delação premiada e confessou a participação no crime

O ex-Policial Militar (PM) Élcio de Queiroz fez acordo de delação premiada com a Polícia Federal (PF) e com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e confessou a participação no assassinato da ex-vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Élcio também confirmou envolvimento de Ronnie Lessa, outro ex-policial que é réu na investigação. Revelou ainda a suposta participação do ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa.

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Maxwell foi preso na manhã desta segunda-feira, 24, pela Polícia Federal. Suel como é conhecido, foi capturado em sua casa, no Recreio dos Bandeirantes, por agentes da Operação Élpis.

A prisão se dá após a investigação ser abastecida com a delação de Élcio Queiroz. De acordo com o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, Maxell teria participado de ações de vigilância e acompanhamento de Marielle, dando "apoio logístico de integração" com os demais investigados. O chefe da corporação diz que o ex-bombeiro teve "papel importante" no caso, tanto "antes como depois". O preso nesta manhã teria ajudado na ocultação de provas — o carro usado no crime foi "picado".

Maxwell já havia sido preso por suposto envolvimento com a morte de Marielle e Anderson. Em 2020, foi detido sob acusação de tentar obstruir as apurações. No ano seguinte, condenado em razão das mesmas imputações. O ex-bombeiro teria ajudado a ocultar as armas de um dos acusados dos assassinatos da vereadora e do motorista.

Agentes ainda vasculham sete endereços no Rio de Janeiro e na região metropolitana da capital fluminense.

A ação se dá no âmbito de inquérito aberto em fevereiro, após requisição do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. A investigação conduzida pela PF se dá em parceria com as autoridades fluminenses.

À época em que o inquérito foi aberto, a PF informou que investigaria "todas as circunstâncias" do crime. A portaria de instauração da investigação destacou que é atribuição da corporação "apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme".

O assassinato de Marielle e Gomes ocorreu em 2018, quando o carro em que ambos estavam foi alvejado por tiros na região central do Rio, após deixarem um evento do PSOL. Uma assessora sobreviveu ao atentado. Dois ex-policiais estão presos — Ronnie Lessa, PM reformado apontado como executor; e Élcio Queiroz, que seria o motorista do carro que perseguiu o veículo de Marielle e Anderson Gomes.

Para o ministro Flávio Dino, a colaboração premiada de Élcio de Queiroz encerrou uma fase da investigação ao retirar todas as dúvidas sobre a execução do crime, abrindo a possibilidade de a polícia chegar aos mandantes do duplo assassinato. “Há um avanço, uma espécie de mudança de patamar da investigação. A investigação agora se conclui em relação ao patamar da execução e há elementos para novo patamar: a da identificação dos mandates do crime”, destacou o ministro, que acrescentou que nas próximas semanas “provavelmente haverá novas operações derivadas desse conjunto de provas colhido no dia de hoje”.

Com Agência Brasil

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