Wellington Dias rebate possibilidade de Centrão assumir ministério: "Tem muito fuxico"

A pasta do Desenvolvimento Social pode ser rifada para entrada do PP e do Republicanos no Governo, embora haja resistência do presidente e de alas do PT

21:58 | Jul. 21, 2023

Por: Júlia Duarte
MINISTRO Wellington Dias participou de evento ontem no Palácio Abolição (foto: HIANE BRAUN/GOVERNO DO CEARÁ)

Ministro do Desenvolvimento Social, Wellingnton Dias rebateu a possibilidade da pasta ser passada ao Centrão. Ele afirmou que há muito "fuxico" e negou conversas paralelas sobre o tema.

Dias fez questão de apontar a figura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na decisão final da montagem do primeiro escalão do Governo Federal. O ministro exaltou o projeto do governo para a pasta ao mencionar a proposta de retirar o Brasil do Mapa da Fome.

"Tem muito fuxico. Com bastante cuidado, já dei a resposta. Quem decide é o presidente, acho que ele vai ter que organizar. O que todos nós queremos é a estabilidade do país", disse nesta sexta-feira, 21, durante passagem pelo Ceará. O ministro acompanhou a assinatura de diversos acordos de cooperação do Pacto por um Ceará Sem Fome com o Governo Federal, empresas privadas e organizações da sociedade civil.

Wellington Dias destacou ainda que é o presidente o responsável por apontar o que pode ser "oferecido e quais as condições". "Quem toma a decisão é o presidente, ele que diz o que pode oferecer quais são as condições, porque ele não abre mão de um projeto de país que tire o Brasil do mapa da fome, um projeto que faça a economia crescer", afirmou ao O POVO.

A fala retoma as articulações para mudanças nos ministérios que deve resultar na entrada do Progressistas e do Republicanos na gestão de Lula. A mudança já está consolidada, mas ainda não há definição de quais pastas sofreriam alterações. 

A incorporação de PP e Republicanos à base do governo foi tida como uma "tese consolidada", segundo o líder do governo na Câmara, deputado cearense José Guimarães (PT). Ao O POVO, o petista disse ser "legítimo" que o grupo assuma cargos para que "garantam a paz necessária para a governabilidade". 

No início da semana, Lula ressaltou que a escolha será feita com "tranquilidade" quando os parlamentares voltassem do recesso em agosto. "Não é partido que pede ministério, é o presidente da República que oferece”, disse na quarta-feira, 19, em viagem a Bruxelas para a reunião de cúpula Celac-União Europeia.

Líder do Progressistas, André Fufuca (PP-MA) esteve no Palácio do Planalto em reunião com Alexandre Padilha, titular das Relações Institucionais. É justamente Fufuca o nome do centrão cotado para assumir a pasta que hoje é ocupada por Dias. O ex-governador, por outro lado, conta com favoritismo de Lula para continuar no posto. 

O presidente estaria relutante em mexer em pastas ligadas diretamente ligadas com sua campanha eleitoral, além de pastas do "núcleo duro" da gestão como Casa Civil e Relações Institucionais. Desenvolvimento Social e Saúde teriam prioridades para não serem atingidas. Dias é responsável pelo programa Bolsa-Família, considerado um dos carros-chefe da gestão petista.  (colaborou Luiza Vieira/Especial para O POVO)