Entenda crise no Psol envolvendo o ex-filiado Ari Areia e o deputado Renato Roseno

Ainda que tenha se agravado nesta segunda-feira, 17, a crise envolvendo os dois políticos teve início em meados de junho, quando Ari anunciou que deixaria a legenda após 12 anos

Nos últimos dias, a confusão envolvendo o ex-suplente de deputado do Psol Ari Areia e o deputado estadual Renato Roseno (Psol) movimentou a Internet. Nesta segunda-feira, 17, Ari utilizou suas redes sociais para afirmar que o parlamentar influenciou o atraso de pagamentos por serviços prestados ao partido. O parlamentar nega a acusação. 

Ari foi suplente do deputado estadual Renato Roseno, mas nunca chegou a assumir mandato.

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“Vamos oficiar o Psol e quero judicializar a questão também. Pra que o deputado e sua facção interna pensem duas vezes antes de tentar isso contra qualquer outro TRABALHADOR”, escreveu.

Em seguida, o deputado afirmou que não irá acionar meios legais e lamentou ser vítima de uma “campanha de desinformação”.

“As acusações publicadas nas redes sociais são, na verdade, uma campanha de desinformação que parece ter como único objetivo: a autopromoção e, para ferir a minha imagem, do nosso mandato e do nosso partido. Para muitos interessa tornar “todos iguais” ou operar a criminalização da política- o que infelizmente ficou evidente nas postagens que chamaram uma organização política de “facção””, argumenta Roseno em nota.

Ainda que tenha se agravado nesta segunda-feira, 17, a crise envolvendo ambos teve início em meados de junho, quando Ari anunciou que deixaria a legenda após 12 anos. O ex-filiado deixou nas entrelinhas que um eventual desentendimento interno teria motivado a iniciativa.

“Obviamente não saí do Psol porque não assumi mandato, gente. Eu tinha 12 anos de filiação, construía setoriais e tinha muito definido meu desejo de construir aquilo que eu acreditava ser o melhor instrumento de luta política organizada”, escreveu.

No texto, ele revela que o “ápice da perseguição do deputado” seria uma tentativa de impedir que o Psol pagasse por um mês de trabalho.

“R$ 2.800,00 por assessoria de imprensa, designer e social media. Como essa era uma relação SEM CONTRATO, via PJ, eu me vi sem saber o que fazer. Foram quase 2 meses de desgaste e, só após eu ameaçar jogar pra fora, me pagaram”, afirmou.

Ari revelou nesta terça-feira, 18, que fez uma denúncia de assédio e perseguição contra Roseno

O deputado, entretanto, reforça que, no período em que Ari estava como suplente no partido, a legenda era encabeçada por outras pessoas. Ele afirma ainda que as informações sobre a contratação, realizada no ano de 2021, já foram apresentadas pelos dirigentes do Psol à época e que, até onde sabem, “não há nenhuma pendência trabalhista no partido com o autor da difamação”.

“Não participo há anos da direção do Psol, tampouco o campo político que integro possui maioria na Executiva do partido. As acusações de que exerci influência sobre qualquer processo de desligamento nesse período são, portanto, infundadas”, escreveu o deputado.

À época, o partido era comandado por Ailton Lopes, que prestou apoio ao deputado Renato Roseno. Ailton escreveu em sua conta oficial do Twitter que não tinha o intuito de se posicionar nas redes sociais para “ter de responder a uma calúnia em estilo de fofoca”.

Na publicação, ele mencionou que Ari “não cumpria horário de expediente, prestava serviço sob demandas da Executiva Estadual” e que “havia sido combinado que ele (Ari) ocuparia o cargo “apenas durante poucos meses da gestão”.

O ex-presidente do partido acrescentou que Ari se reportava diretamente ao grupo da Executiva e não tinha qualquer relação empregatícia com Roseno.

Veja

— Ailton Lopes (@ailtonlopespsol) July 17, 2023

Também por meio do Twitter, Ari rebateu as publicações de Ailton, alegando que tinha “pena dos tweets dele”, afirmando que o então presidente da sigla tem conhecimento da “ação de Roseno para inviabilizar LGBTs no Psol”.

Ao O POVO, Ailton Lopes revelou que, para ele, “o assunto estava publicamente encerrado”.

Areia acrescenta ainda que não seria o único insatisfeito com o comportamento do deputado, e que mais pessoas envolvidas teriam “o que falar”. “Mas essa gente (do alto do seu apartamento de meio milhão no Meireles), tem prazer em tripudiar, humilhar”.

Membros da bancada do PT na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece) prestaram solidariedade a Roseno, como os deputados De Assis Diniz, Guilherme Sampaio, Missias do MST, Larissa Gaspar, Nizo Costa, Jô Farias, Fernando Santana, Moisés Braz, Julinho e Juliana Lucena.

“A bancada PT na Assembleia Legislativa do Ceará manifesta sua solidariedade ao deputado estadual Renato Roseno (Psol), face às declarações de cunho difamatório publicadas recentemente nas redes sociais, movidas por divergências internas envolvendo um ex-filiado à sua legenda”, afirmaram em nota.

 

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