Ex-suplente acusa Roseno de perseguição; deputado fala em "campanha de desinformação"

Deputado rebateu as acusações e lamentou estar sendo alvo de uma "campanha de desinformação"

Suplente do Psol na legislatura que chegou ao fim em janeiro, Ari Areia, acusou o deputado estadual Renato Roseno (Psol) de perseguição e assédio, o que teria motivado sua desfiliação da sigla. Nesta segunda-feira, 17, ele fez um relato pelas redes sociais em que afirma haver influência do parlamentar no atraso de pagamentos por serviços prestados ao partido. O deputado afirmou que não irá acionar meio legais e lamentou ser vítima de uma “campanha de desinformação”.

Ari anunciou que deixaria a legenda no fim de junho, após 12 anos, sugerindo desentendimentos internamente. Na época, o foco do conflito seria o não cumprimento de um acordo para que Ari assumisse o cargo de deputado com uma licença de Roseno. Esse tipo de movimentação é normal entre parlamentares, após as legendas firmarem acordo.

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Naquele momento, o deputado afirmou que isso foi interrompido por ele após Ari ter se colocado em outro campo do partido. Agora, Ari cita nominalmente Roseno e disse que o deputado encabeçaria "uma facção interna no Psol".

“Obviamente não saí do Psol porque não assumi mandato, gente. Eu tinha 12 anos de filiação, construía setoriais e tinha muito definido meu desejo de construir aquilo que eu acreditava ser o melhor instrumento de luta política organizada”, escreveu. No texto, ele afirma que o “ápice da perseguição do deputado” seria uma tentativa de impedir o partido de pagar por um mês de trabalho.

“R$ 2.800,00 por assessoria de imprensa, designer e social media. Como essa era uma relação SEM CONTRATO, via PJ, eu me vi sem saber o que fazer. Foram quase 2 meses de desgaste e, só após eu ameaçar jogar pra fora, me pagaram”, afirmou.

O jornalista sugere, em outro trecho, que o embate não seria exclusivo com o deputado, e mais pessoas teriam “o que falar”. “Mas essa gente (do alto do seu apartamento de meio milhão no Meireles), tem prazer em tripudiar, humilhar”.

Ele afirma que vai judicializar a causa. “Vamos oficiar o Psol e quero judicializar a questão também. Para que o deputado e sua facção interna pensem duas vezes antes de tentar isso contra qualquer outro TRABALHADOR”, afirmou.

Ao O POVO, o deputado rebateu as acusações e lamentou ser alvo de uma “campanha de desinformação”. Ele ressaltou estar há anos longe da organização interna da legenda, nem na tesouraria ou na presidência, e disse nunca ter trabalhado com Ari. O parlamentar apontou ainda que não tem apoio majoritário na atual gestão que teria mudado a contratação do jornalista.

“Ao ver as denúncias falaciosas de hoje, procurei informações. O que levantei: é que ele foi contratado por 3 meses até o último congresso (em 2021) para redes sociais e foi pago. Ele alega que trabalhou um 4º mês e que foi pago depois que reclamou”, afirmou.

O deputado afirmou que não irá acionar nenhum tipo de processo e ressaltou que as pessoas conhecem ele e suas lutas. “Lamento essa campanha de desinformação que parece a todos como tática de autopromoção”, disse ainda.

Filiados do Psol trocam acusações

Após a fala do jornalista, outros filiados ao Psol expuseram o racha interno na sigla. Duas co-vereadoras do mandato Nossa Cara ficaram em lados opostos. Adriana Geronimo fez longo texto em que elogia o deputado e disse ter conhecido a legenda por meio dele.

“Conheci o Renato Roseno há mais de uma década, quando a comunidade que eu nasci estava ameaçada de despejo por uma obra pública (VLT), eu sempre fui muito desconfiada com a política, então de cara não acreditei muito, mas lá atrás as pessoas não ficaram do nosso lado e ele abriu as portas pra gente (...) Isso me marcou muito pq eu que sempre tive aversão aos partidos Políticos, conheci o Psol através do companheiro Renato”, apontou.

E seguiu: “O Renato deu bastante visibilidade a luta pelos Direitos Humanos no Ceará, ele é muito criativo e com uma bagagem que tornou a comissão de direitos humanos do Ceará referência para todo o Brasil”. Ela afirma que o deputado e referência na luta de direitos humanos e na luta contra desigualdades.

“Renato você é sem dúvidas uma grande inspiração na política, e eu sou muito grata de ter sido a partir de você que eu entendi o sentido de ser Psol. Esse Psol que eu quero cultivar, um partido que acolhe as lutas populares e que se coloca na linha de frente da luta contra as desigualdades”, escreveu.

Louise Santana não citou nomes, mas seguiu na mesma linha de Ari ao comentar "com uns aliados desses, quem precisa de inimigo?”. “Já cheguei naquele preço…Cara gente branca, favor não usar minha história na qual você inclusive não colaborou, muito pelo contrário, para se justificar”, iniciou em comentário nas redes sociais.

“Tem os de sempre que quando precisam dão logo um jeito de usar nossos pequenos avanços em favorecimento de si mesmos, mesmo que tenham feito de tudo para nos interromper. Êh êh êh, com uns aliados desses, quem precisa de inimigo? Mas eu lembro quando me negou porta aberta em seu mandato, e olha que não é mania de perseguição ein, é MEMÓRIA”, afirmou.

 

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