"Não dirigi nenhuma palavra a ele", diz empresário acusado de hostilizar Moraes

O grupo chegou ao Brasil na madrugada e foi escutado pelos agentes da PF

18:26 | Jul. 16, 2023

Por: Júlia Duarte
Alexandre de Moraes teria sido hostilizado no aeroporto e o grupo de agressões teria agredido seu filho (foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF)

O empresário Roberto Mantovani Filho, 71, foi abordado pela Polícia Federal sob a suspeita de ter hostilizado o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O caso aconteceu quando o juiz voltava de Roma e teria resultado também em uma agressão contra seu filho. O empresário afirma não ter falado com Moraes e diz aguardar um comunicado oficial sobre a acusação. 

Mantovani disse que estava acompanhado de sua família, incluindo duas netas, de 4 e 2 anos, ao serem questionados por agentes policiais na chegada ao Brasil. Ele preferiu não conversar com uma delegada da PF na madrugada deste sábado, 15, e afirmou que vai esperar ser comunicado sobre a acusação para dar sua versão da história.

 

 

Em entrevista à Folha de S. Paulo, o homem confirmou que viu Moraes no Aeroporto Internacional de Roma, mas diz não ter falado com ele. "O que eu posso falar para você é que eu vi realmente o ministro. Ele estava sentado em uma sala, mas eu não dirigi nenhuma palavra a ele", disse.

Além dele, a esposa e o genro dele são alvos de uma apuração da PF, acionada para averiguar uma suposta abordagem a Moraes e familiares no terminal aeroportuário da capital italiana. O filho do ministro teria sido agredido. 

A mulher identificada como Andréia teria xingado o ministro de "bandido, comunista e comprado".
Na sequência, o empresário teria reforçado os ataque, supostamente chegando a agredir fisicamente o filho do ministro. Um outro homem identificado como Alex Zanatta teria se jundado aos dois agressores disparando palavras de baixo calão.

O empresário não quis comentar sobre a acusação de agressão ao filho do ministro. "Isso aí a polícia não perguntou nada a respeito, por isso eu prefiro aguardar para saber do que estou sendo acusado, se minha família está sendo acusada de algo", afirmou.

O grupo chegou ao Brasil na madrugada e foi ouvido pelos agentes. "Nós conversamos [com os policiais federais] e eles pediram para fazer um breve relato do que tinha ocorrido em Roma. Eu fiz esse relato", disse Mantovani à Folha.

O empresário afirmou que os policiais deram a opção de conversar com a delegada da PF naquele momento ou em um outra oportunidade, a ser agendada."Vou aguardar um comunicado [da PF] para saber que eu estou sendo acusado", afirmou ainda.