Cearense que tentou explodir bomba em Brasília chora durante depoimento

Foragido desde dezembro do ano passado, blogueiro cearense afirmou estar escondido na propriedade de um empresário bolsonarista

Durante depoimento à Justiça nesta sexta-feira,14, o jornalista cearense Wellington Macedo afirmou, chorando, ter dado “graças a Deus por bomba não ter explodido”. A declaração faz referência à tentativa de explodir uma bomba no Aeroporto de Brasília, no ano passado.

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“Queria ver o que tinha acontecido. Peguei o carro e voltei ao local para ver, eram 8 horas da manhã. Só ia acreditar se visse a polícia no local e vi muita polícia no local. Dei graças a Deus daquilo não ter explodido. Voltei para casa sem saber o que fazer”, pontuou, chorando. Wellington Macedo declarou ser evangélico desde criança e que, desde os acontecimentos, passou a “orar muito”.

A função para a qual estava designado, conforme o plano, era a de transportar a bomba, fabricada por Jorge Washington, a Alan Diego, que a instalou em um caminhão de combustível. Contudo, após o plano de explosão falhar, Wellington Macedo afirmou ter ficado “muito nervoso” a ponto de pensar em ligar para a polícia, no entanto, ficou com medo de ser preso e desistiu da ideia.

“Sofri muito quando passei 40 dias naquele presídio. 41 dias sem ter feito nada. Eu não queria voltar para aquele lugar, fiquei com medo de ligar do meu número e ficar registrado. E me prenderem. Eu não dormi”, disse.

O blogueiro cearense afirmou, em abril deste ano, estar escondido na propriedade de um empresário bolsonarista. Ele acrescentou que não vai se entregar à polícia e que se considera “alvo de perseguição do Judiciário”.

Wellington já foi assessor da Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, entre fevereiro e outubro de 2019.

Relembre o caso

O crime ocorreu no ano passado, quando três homens participaram da tentativa de colocar uma bomba em um caminhão nas proximidades do Aeroporto Internacional de Brasília. Os outros dois envolvidos na tentativa do ataque se entregaram à Polícia. No entanto, Wellington continua solto.

Macedo estava em prisão domiciliar e, após retirar de forma ilegal a tornozeleira eletrônica, foi considerado foragido. O jornalista cearense teve a identidade revelada em janeiro deste ano e pediu dinheiro pelas redes sociais com o objetivo de esconder da polícia quando já estava foragido.

Em outubro, ele teve a prisão decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, por incitar e financiar os atos antidemocráticos no dia 7 de setembro de 2021. Contudo, o ministro estabeleceu a soltura do jornalista, após reconhecer que não havia mais justificativa para a manutenção da detenção, tendo em vista que a data da ação já havia passado.

Moraes então determinou a Wellington o cumprimento de prisão domiciliar com o uso de tornozeleira eletrônica, o que contribuiu para a identificação de Macedo no acampamento golpista.

Wellington participou ativamente nos ataques contra o prédio da Polícia Federal em Brasília, no dia 12 de dezembro de 2022, no qual bolsonaristas tentaram invadir o prédio da PF e atearam fogo em veículos.

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