Lula elogia Nísia em evento e rebate centrão: "Tem ministros que não são trocáveis"

A declaração foi feita após o centrão articular movimentos para assumir comando do ministério

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, foi elogiada nesta sexta-feira, 14, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante evento de sanção da lei do programa Mais Médicos, no Palácio do Planalto. O petista utilizou o momento para mandar um recado para o grupo, que articulou movimentos nos bastidores para assumir o comando do ministério.

“Tem ministros que não são trocáveis. Tem pessoas e tem funções que são uma coisa da escolha pessoal do presidente da República. Eu já disse publicamente: a Nísia não é ministra do Brasil, ela é minha ministra”, argumentou. Trindade foi aplaudida pelos presentes em mais de uma oportunidade.

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Lula ainda declarou que lê notícias todos os dias sobre mudanças nos ministérios, e brincou que só faltaria ele próprio "se trocar".

O presidente também falou sobre o Congresso Nacional, com o qual tenta estreitar relações. "O Congresso pode ter o defeito que vocês quiserem, mas é a cara de vocês no dia da eleição", disse o petista.

O Ministério da Saúde prevê que o programa Mais Médicos tenha, até o fim deste ano, 15 mil novos profissionais da categoria em todo o Brasil, totalizando 28 mil médicos. A partir da retomada do programa, o governo espera que o acesso à saúde para mais de 96 milhões de brasileiros seja restabelecido.

Lula criticou a extinção do programa durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) e afirmou que nunca “imaginou que alguém fosse capaz de acabar com o Mais Médicos”.

"Era uma coisa tão importante para a sociedade que eu não imaginava que presidente ou ministro qualquer pudesse simplesmente dizer que esse programa não vai mais acontecer, sem dizer o que ia colocar no lugar", afirmou

Além disso, o petista reforçou que o governo trabalha na ampliação do acesso das pessoas a médicos especializados. Lula considera ser inadmissível que, em situações específicas, uma pessoa descubra uma doença e tenha de esperar por até nove meses para ter uma consulta com um profissional especializado naquela área.

Nesta sexta-feira, 14, o chefe do Executivo assinou um decreto que estabelece um Grupo de Trabalho Interministerial, que visa discutir e propor regras para reservas de vagas aos médicos com necessidades especiais e pertencentes a grupos étnicos-raciais.

O GT, coordenado pelo Ministério da Saúde, será composto pelos Ministérios da Igualdade Racial, dos Direitos Humanos e Cidadania, da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos e do Planejamento.

Em fevereiro deste ano, o Ministério da Saúde restabeleceu editais que haviam sido suspensos pela gestão Bolsonaro, que desencadeou na desassistência às regiões de maior vulnerabilidade, em especial, nos territórios indígenas. Das 804 novas vagas, 152 médicos foram encaminhados para os DSEIS (Distritos Sanitários Especiais Indígenas), dentre os quais, 14 foram para o território Yanomami.

Após a retomada oficial do programa, em março deste ano, o primeiro edital foi publicado com 5.968 vagas para reposição das vagas que não foram preenchidas nos últimos anos - 45% delas estão localizadas em regiões de maior vulnerabilidade. Mil dessas vagas foram direcionadas para o território da Amazônia Legal.

Pela primeira vez, o Ministério da Saúde lançou um edital com, pelo menos, 10 mil vagas em coparticipação de municípios. Este modelo de contratação assegura que as prefeituras gastem menos e tenham maior agilidade na reposição do profissional e permanência nessas regiões.

Neste edital inédito, 2.683 municípios solicitaram 15.838 vagas que serão avaliadas conforme os critérios pré-estabelecidos. Dessas cidades, 599 poderão ter profissionais do Mais Médicos pela primeira vez. (com Agência Estado)

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