Acordo no PDT Ceará prevê articulação de Cid para Elmano receber Sarto

Deputado André Figueiredo confirmou que deixará o comando do partido até dezembro, quando uma nova eleição deve colocá-lo novamente no cargo

Após especulações do acordo que tiraria André Figueiredo da presidência do PDT Ceará, o deputado federal confirmou que sua licença inclui uma série de arranjos. Entre elas, está a que o senador Cid Gomes (PDT), seu sucessor no comando da legenda - articule para que o governador Elmano de Freitas (PT) receba o prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), algo que os pedetistas municipais têm cobrado reiteradamente.

Até agora, o prefeito não foi recebido no Palácio da Abolição, enquanto Elmano ressalta não ter recebido nenhum gestor. A articulação firmada é que haja um estreitamento do diálogo administrativo entre os dois para colocar “Fortaleza no centro das atenções” no Ceará. Sua saída temporária dará espaço para Cid Gomes e barra a movimentação de aliados do parlamentar que fariam reunião na sexta-feira, 7, para destituir Figueiredo.

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“Nós vamos fortalecer inclusive o diálogo administrativo do governador Elmano com o prefeito Sarto, isso foi um dos compromissos que ele (senador Cid Gomes) assumiu e que foi uma demanda nossa para que a gente pudesse fazer com que o prefeito fosse recebido pelo governador juntamente comigo e com o Cid. E termos Fortaleza no centro das atenções no estado do Ceará”, afirmou ao O POVO.

Como já ressaltado por Cid, há a garantia de que, após os quatro meses, uma nova eleição seja convocada e o deputado seja reconduzido ao cargo de presidente estadual. O deputado descartou um possível receio que o senador dificultasse a transição e não cumprisse o acordado.

“Senador é um homem de palavra, eu não tenho nenhum receio que isso possa acontecer, porque ele falou reiteradamente na minha frente, na frente do (Carlos) Lupi (ministro da Previdência) , do Manoel Dias (presidente da Fundação Leonel Brizola), na imprensa”, disse. Cid afirmou que não tem apego ao cargo e que a presidência seria um pedido de seus aliados para que os interesses da maioria da legenda fossem representados.

O deputado avaliou que o arranjo atua como um “processo de pacificação benéfico para todos” e que a resolução “é muito melhor que um processo de guerra. Ele ressaltou que a intenção é “fazer do partido no Ceará sempre uma referência no Brasil”. “Um processo de pacificação é muito melhor que um processo de guerra. Eu acho sinceramente que foi um movimento muito bom para o PDT do Ceará e para o PDT no Brasil. Nós já tínhamos uma determinação que a reunião de sexta acontecesse seria contra o estatuto”, avaliou.

Cid no Interior e RC na Capital

Ponto de divergência no PDT está na relação negativa de uma grande ala pedetista, ligada ao governador, com a gestão de Sarto. Figueiredo teceu declarações para apaziguar os termos ao definir que atuação de Cid será focada no Interior, com o diálogo com os prefeitos. Na Capital, o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, que é presidente municipal, e Sarto serão as lideranças já com foco na eleição. 

"(Cid na presidência) Para que a gente possa fazer o processo junto aos municípios do interior do Ceará, e o senador Cid tem, lógico, uma característica muito forte de saber fazer candidaturas no interior do Ceará e, consequentemente, o PDT continuar sendo o maior partido em número de prefeitos", disse.

E complementou: "Nesses quatro meses, o senador tocando o interior do Estado, com o presidente do diretório de Fortaleza, Roberto Cláudio, e com o prefeito Sarto tocando as eleições de Fortaleza. E, a partir de dezembro com uma nova direção, nós teremos um processo bem mais efetivo de condução partidária".

A ala que tem Cid como líder questiona a indicação de Sarto para a reeleição e vem tecendo críticas à condução do gestor em Fortaleza. Enquanto isso, Figueiredo faz parte do grupo que tem Sarto como candidato natural e trabalha para levá-lo ao pleito ano que vem. 

A reunião com Lupi e a proposta de Cid

O acordo foi fruto da reunião na quarta-feira, 5 em Brasília. Cid, Figueiredo, o presidente da Fundação Leonel Brizola, Manoel Dias, e o ministro da Previdência, Carlos Lupi, estiveram no encontro que marcou um apaziguamento após semanas de embates. 

Na segunda-feira, 3, Cid e Figueiredo travaram uma disputa de narrativas sobre a passagem dos poderes da executiva estadual para a nacional, na prática, um esvaziamento. "Foi uma reunião que os ânimos estavam exaltados, e logo depois nós tivemos um processo de embates sobre a reunião que supostamente ocorreria na sexta-feira", ressaltou o deputado.

Ele detalhou a reunião: "Lupi e o Manoel Dias, que recebeu uma ligação do Cid fazendo uma proposta de diálogo que eu sempre fui aberto. Agora, quando é necessário ir pro enfrentamento, a gente também vai. A proposta era que eu pudesse me licenciar do mandato de presidente estadual continuando na nacional, mas é uma licença que a qualquer momento pode voltar, mas tenho a absoluta convicção que isso não será necessário". 

 

Com informações de João Paulo Biage, correspondente de Brasília

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