Reunião do PDT em Brasília é marcada por gritaria e saída silenciosa de Cid

Na prática, o grupo de Figueiredo tenta evitar destituição e uma eleição que colocaria Cid Gomes no comando do partido no Ceará

A reunião da executiva nacional do PDT nesta segunda-feira, 3, deu o tom do péssimo clima interno no partido. Do lado de fora, era possível escutar gritos e falas exaltadas dos participantes. Segundo o presidente da legenda no Ceará, André Figueiredo, ficou decidido que a executiva nacional irá assumir as funções do diretório estadual, algo que o senador Cid Gomes (PDT) contesta. André acumula, interinamente, a presidência nacional do PDT. 

A reunião foi convocada após a movimentação de aliados de Cid Gomes para retirar Figueiredo da presidência e votar para colocar o senador no cargo. Cid teria a maioria dos deputado estaduais e dos prefeitos, totalizando 53 filiados. O deputado categorizou a articulação de "ilegal" e reverberou a tese de que seria uma tentativa de golpe contra ele, como seus aliados vem difundindo. 

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Cid disse, na reunião convocada por ele na quinta-feira, 22, que não era um desejo pessoal, mas estaria sendo "demandado" para pacificar diante do momento que o partido vive. Na saída do encontro desta segunda, o senador não quis comentar e repetiu que "o presidente(André Figueiredo) que fala pelo partido". Em seguida, convocou coletiva para rebater o entendimento de André Figueiredo e anunciar que a convocação do diretório estadual está mantida para a próxima sexta-feira, dia 7. 

Da bancada federal, apenas dois deputados, Mauro Filho e Idilvan Alencar, não participaram. Ex-ministro e presidenciável, Ciro Gomes participou de forma virtual. Ele é vice-presidente nacional da legenda. 

Os parlamentares estaduais também compareceram em peso sob a liderança de Cid. "O único parlamentar que poderia opinar (contrário) seria o senador Cid, porque ele é o líder do PDT no Senado. O senador Cid trouxe um grande número de deputados estaduais e três federais. Eu não mobilizei ninguém porque eu não esperava", ressaltou Figueiredo.

"Se a gente quisesse trazer os parlamentares municipais", continuou, "o prefeito de Fortaleza, que representa um terço dos cearenses, certamente eles viriam, mas é um caso intrapartidário, um caso onde teríamos que ouvir a instância superior ao diretório estadual". 



Com informações de João Paulo Biage, correspondente de Brasília

 

 

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