Perfil oficial do governo Lula ironiza Bolsonaro após condenação: "Grande dia"
O julgamento do ex-mandatário foi concluído nesta sexta, 30, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e resultou na inelegibilidade de Bolsonaro pelos próximos oito anos.
16:43 | Jun. 30, 2023
O Governo Federal fez publicação em sua conta oficial do Twitter debochando do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), após decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o tornou inelegível por oito anos. A publicação fez uso de uma frase frequentemente utilizado por Bolsonaro com seus apoiadores nas redes sociais. "Grande dia".
“Sextou só com notícia boa!!! A Petrobras anunciou mais uma redução no preço da gasolina para as distribuidoras e no gás de cozinha. O litro da gasolina passa de R$ 2,65 para R$ 2,52, uma redução de R$ 0,14 o litro. O botijão de 13kg passa a custar R$ 31,66. Grande dia!”, escreveu.
Sextou só com notícia boa!!! A Petrobras anunciou mais uma redução no preço da gasolina para as distribuidoras e no gás de cozinha. O litro da gasolina passa de R$ 2,65 para R$ 2,52, uma redução de R$ 0,14 o litro. O botijão de 13kg passa a custar R$ 31,66. Grande dia! pic.twitter.com/aCxq9l3i5W
O atual governo já tinha usado estratégia semelhante após decisão negativa contra outro adversário do presidente Lula, o ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos). No Twitter, o perfil oficial publicou uma imagem com o mesmo design utilizado por Dallagnol, então procurador da Operação Lava Jato, para indicar supostas ligações do petista com casos de corrupção.
O julgamento do ex-mandatário foi concluído nesta sexta-feira, 30. O placar de 5 votos a 2 começou a ser após a ministra Cármen Lúcia declarar voto, afirmando que acompanharia o relator Benedito Gonçalves pela condenação do ex-presidente. Em seguida, o ministro Alexandre de Moraes, presidente da TSE, seguiu o mesmo voto.
Na publicação, há um círculo escrito "137 dias de governo" e diversas setas saindo dele. Ao redor, estão escritos, também em círculos: valorização do salário mínimo, Minha Casa, Minha Vida, Brasil Sorridente, Mais Médicos, Reajuste na merenda, R$ 3,8 bi investidos em cultura, 3.500 obras na educação, inflação caindo.
A imagem é seguida de um texto: "O Governo segue trabalhando para melhorar a vida da população, com programas como o Brasil Sorridente, Mais Médicos, Bolsa Família, entre outras conquistas. Temos convicção de que ainda temos muito trabalho pela frente, é só o começo da união e reconstrução de um Brasil melhor".
PT também provoca com frases da direita
A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), afirmou que a condenação de Bolsonaro teria tido uma "enorme força didática" para punir atos praticados pela extrema-direita. Hoffmann também ironizou o jargão "Grande dia!".
Além do "grande dia!", o deputado Rui Falcão (PT-SP), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, ironizou com a frase "tchau, querido!", cuja versão feminina foi usada pela direita brasileira durante o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016.
A conta oficial do PT no Twitter publicou um desenho do presidente do TSE, Alexandre de Moraes, que deu um dos cinco votos que tornou Bolsonaro inelegível. Junto com a foto de Moraes, a sigla celebrou a decisão do Tribunal com a frase "prepare-se para sextar".
O líder do PT na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), postou uma charge onde apresentava o relator do julgamento de Bolsonaro no TSE, o ministro Benedito Gonçalves, apresentando o seu "voto impresso" pela inelegibilidade do ex-presidente. Assim como Gleisi, o deputado sugeriu que a decisão do tribunal serviria como um aprendizado para o futuro político do Brasil.
Bolsonaro afirmou, em coletiva de imprensa, que considerou a decisão como “uma facada nas costas”, e relembrou o caso de tentativa de assassinato contra ele, em 6 de setembro de 2018.
"Na política, essa frase não é minha, ninguém mata, ninguém morre, espero né, porque tentaram me matar aqui, em Juiz de Fora a pouco tempo, levei uma facada na barriga e hoje levei uma facada nas costas com a inelegibilidade por abuso de poder político”, disse em coletiva de imprensa nesta sexta-feira, 30.
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