Reunião do PDT está mantida, mas pode ser adiada caso haja acordo entre Lupi e Camilo

Lupi teria sinalizado que o PDT entraria oficialmente na base do Governo Elmano

A reunião extraordinária do PDT prevista para acontecer na próxima sexta-feira, 7, está mantida. A realização, no entanto, está amarrada a uma possível resolução entre os ministros Camilo Santana (PT) e Carlos Lupi (PDT) no impasse pela presidência do partido, hoje ocupada pelo deputado André Figueiredo, mas visada pelo senador Cid Gomes.

O encontro da sexta foi estabelecido na última segunda-feira, 26, em evento convocado pelo senador cearense para debater a presidência da legenda e a possível adesão ao governo Elmano. A convocação do que poderia ser um momento para destituir André Figueiredo do cargo, a preço de hoje, está mantida. Caso haja entendimento entre os ministros, poderá ser reavaliado posteriormente. 

Conforme o deputado federal licenciado, Eduardo Bismarck (PDT), ainda não há uma data certa para o encontro entre Lupi e Camilo e ainda não foi sinalizado um possível acordo prévio. Ele é um dos indicados para fazer parte da comissão do PDT que atua para mediar em meio ao impasse.

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Na visão dele, é preciso “construir caminhos para apaziguar” os ânimos dentro da legenda, especialmente quanto aos prefeitos. Seria o senador o indicado para “acalmar” as lideranças municipais. O PDT perdeu uma leva de gestores no processo eleitoral do ano passado, mas ainda tenta se manter como o partido com o maior número de prefeituras. Em jogo, há também a Prefeitura de Fortaleza, comandada por José Sarto (PDT), mas visada pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Evandro Leitão (PDT). 

“Eu não tenho nada contra o André, mas é preciso ter segurança. Se eu sou prefeito, eu vou ficar correndo o risco de chegar em julho e há uma mudança. Se eu sou prefeito, não tenho coragem (de disputar pelo PDT) por não ter essa segurança”, ressaltou ao O POVO.

Em conversa com o ministro Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, Lupi teria sinalizado que cederia e o partido integraria de vez a base do governador Elmano de Freitas (PT). Cid e dez deputados estaduais já manifestaram apoio à tese.

Em reportagem publicada pelo O Globo, Lupi teria elogiado o ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT), que é contrário à adesão e apoia Figueiredo no cargo, mas ressaltado que faltava ao pedetista um “senso prático” para acomodar os interesses da legenda no Ceará. Lupi chegou a assegurar, nesse mesmo encontro, que irá se reunir com Cid, Elmano e Camilo nos próximos dias.

Em meio a isso, Bismack avaliou que algumas falas do correligionários, como “acusar de traição”, prejudicam a construção de um diálogo. Há espaço, segundo ele, para que Roberto Cláudio, ex-prefeito e presidente municipal do PDT, e Ciro sigam tecendo críticas e fazendo uma oposição construtiva. Ele aponta, no entanto, que os dois podem falar “por si mesmos”, porque não desempenham cargos e há uma “salvaguarda”. "O que não é bom é a divergência em prol dos interesses de uma minoria”, disse.

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