Lupi vem a Fortaleza e se reúne com Cid e André para definir comando do PDT
Cid atua contra a vontade de Ciro Gomes, mas com apoio de outros dois dos irmãos — o prefeito de Sobral, Ivo Gomes, e a deputada estadual Lia GomesO ministro da Previdência, Carlos Lupi, está em Fortaleza na tentativa de mediar a crise do PDT. Ele se reúne na noite desta segunda-feira, 26, com o senador Cid Gomes e o deputado federal André Figueiredo. Cid deseja tirar André do comando estadual da legenda. O deputado ocupa interinamente também a presidência nacional do partido, com a licença de Lupi para assumir o ministério. Ainda assim, Lupi teve de deixar as funções governamentais de lado por um tempo para atuar na situação no Ceará.
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Foi formada uma comissão para debater a situação com Lupi e André. Os componentes são:
- Bruno Oliveira (Bob) - Juventude socialista
- Júlio Brizzi - vereador de Fortaleza
- Edinardo Rodrigues Filho - prefeito de Forquilha
- Cirilo Pimenta - prefeito de Quixeramobim
- Mauricio Pinheiro (Maurição) - prefeito de Senador Pompeu
- Marcos Sobreira - deputado estadual
- Guilherme Landim - deputado estadual
- Eduardo Birmarck - deputado federal
- Enfermeira Ana Paula - deputada federal em exercício
"A presença do Lupi é um esforço de manter a unidade no PDT do Ceará", disse o senador.
O grupo assinou documento para convocar a direção estadual do PDT, com objetivo de destituir Figueiredo da presidência do PDT. Porém, Cid admitiu que esse encontro pode ser adiado.
Cid atua contra a vontade de Ciro Gomes, mas com apoio de outros dois dos irmãos — o prefeito de Sobral, Ivo Gomes, e a deputada estadual Lia Gomes. Cid disse ainda ter apoio de 13 de 16 deputados estaduais, 6 de 7 deputados federais (incluindo os suplentes em exercício) e 57 dos 59 prefeitos. O grupo calcula ter apoio de 53 de 84 membros do diretório.
O senador convocou os aliados para encontro nesta segunda-feira, 26, no auditório do BS Design, na Aldeota.
André Figueiredo, deputado federal, é presidente do PDT. Em dezembro era prevista redefinição da direção, mas Cid nega haver mandato. André acumula atualmente o comando nacional do partido, com a licença de Carlos Lupi. O parlamentar disse que não entregará o comando estadual e admitiu ir para o enfrentamento.
"O diretório tem mandato. Executiva é uma representação do diretório e não tem mandado. Regimentalmente, estatutariamente, não tem mandado. E a gente vinha já num trabalho de convocar uma reunião do diretório. O presidente Lupi está aqui hoje, chegou hoje aqui a Fortaleza. Fez um apelo para que a gente pudesse abrir um canal de de entendimento. Numa demonstração de que a gente sempre buscou a paz, sempre quis que o partido tiveste um caminho, uma orientação tranquila, segura, para dar segurança e tranquilidade aos nossos filiados aos nossos deputados estaduais, aos nossos deputados federais, aos prefeitos, nós estamos obviamente abertos a conversar", disse Cid.
Apoiam Figueiredo à frente do PDT cearense, além de Ciro, o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, e o atual prefeito, José Sarto. Roberto Cláudio chamou a pretensão de Cid de "tentativa de golpe".
A divergência sobre o comando do PDT envolve a posição em relação ao governo Elmano de Freitas (PT). Ciro, Sarto e, principalmente, Roberto Cláudio puxam postura de oposição. Cid, ao lado do presidente da Assembleia Legislativa, Evandro Leitão, lideram a maioria dos prefeitos e deputados pedetistas, que querem ser situação.
"O que nós desejamos é que, passadas as eleições, o partido se realinhe. O partido sinta, ouça qual é o sentimento majoritário do partido e que a sua direção possa expressar esse sentimento. Isso é democracia. É o que se pode entender como mais legítimo. Uma direção partidária deve expressar o sentimento da maioria dos componentes do partido, é isso que a gente espera e que isso seja aconteça na paz. Vamos virar a história. Vamos passar a página das eleições e vamos cuidar da próxima", acrescentou o senador.
Sobre o grupo ter esvaziado a reunião do PDT na semana passada, Cid relatou: "O clima tenso ficou tenso demais. Teve uma reunião com o André que não não terminou bem", afirmou, sobre o que havia antecipado o colunista Carlos Mazza.
Cid afirmou que, definida a questão do comando, as demais questões podem ser debatidas. "Tudo pode ser discutido na frente. Inclusive relação com o governo federal, a relação com o governo do Estado, mas isso tudo a gente deve fazer internamente, respeitando o pensamento majoritário do partido".
Com informações de Henrique Araújo
Atualizada às 19h41min