André Fernandes pede que Janja seja convocada para CPMI do 8/1

A motivação seria um episódio em que Janja aconselha Lula a não decretar uma GLO após a invasão

12:38 | Jun. 26, 2023

Por: Júlia Duarte
André Fernandes pediu que Janja seja convocada para CPMI (foto: Agência Brasil/ José Cruz e Câmara dos Deputados)

O deputado federal André Fernandes (PL) pediu a convocação da primeira-dama, Rosangela Lula da Silva, conhecida como Janja, para prestar esclarecimentos na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apuram os atos do 8 de janeiro. O requerimento apresentando ainda não foi apreciado pelo colegiado.

A motivação seria um episódio contado no livro da primeira-dama, chamado "Janja - A Militante que se Tornou Primeira-Dama". Na obra, é narrado que Janja estava com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro da Defesa, José Múcio, quando foi informado a invasão dos prédios dos Três Poderes. 

Ela discordou do ministro e foi contra a possibilidade de o Exército atuar via Garantia da Lei e da Ordem (GLO) na contenção dos invasores. “Janja estava ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
quando o petista falou ao telefone e ouviu do ministro a sugestão. A primeira-dama reagiu: "GLO não, GLO é golpe, é golpe. Lula decidiu decretar intervenção na segurança do Distrito Federal", diz o texto.

O deputado afirma que, baseado no relato, Janja interferiu e orientou na tomada de decisões do presidente e do ministro enquanto aconteciam o dia 8 de janeiro. "Portanto, acreditamos que a convocação da Sra. Rosângela Lula da Silva – Janja seria de extrema importância para trazer possíveis
esclarecimentos e contribuir para melhor funcionamento da presente Comissão", afirma o requerimento. 

Os últimos pedidos de convocação miraram em aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a base governista conseguiu "blindar" a gestão. No entanto, foi aprovado o requerimento de convocação do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Lula, general Gonçalves Dias, e de Saulo Moura da Cunha, que atuou como diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Há um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) contra Fernandes, aberto dias após os atos golpistas, apedido da Procuradoria Geral da República (PGR), que investiga executores, financiadores e "autores intelectuais" dos atos.Fernandes é autor do pedido de que culminou na abertura da CPMI.