Ciro Gomes processa editora que publicou livro dele para receber R$ 246 mil em royalties

Ciro teria tentado resolver a questão de modo extrajudicial, mas, sem a resolução da questão, acionou a Justiça para requerer o pagamento e a rescisão do contrato

Normalmente alvo de processos, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) deu entrada na Justiça nessa quarta-feira, 21, contra a empresa Casa dos Mundos Produção Editorial e Games Ltda, vinculada à editora Leya, com pedido de rescisão contratual e cobrança dos royalties do livro "Projeto Nacional: o dever da esperança". A defesa de Ciro calculou a dívida em R$ 246.251,20. É o valor da ação.  

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O processo tramita na 38ª Vara Cível de Fortaleza, conforme O POVO apurou. Em 29 de novembro de 2019, Ciro e a editora celebraram contrato segundo o qual a prestação de contas deveria ser realizada semestralmente. Conforme o pedido protocolado, a empresa não tem repassado os valores ao autor da obra desde o primeiro semestre de 2021. 

Ciro teria tentado resolver a questão de modo extrajudicial, mas, sem a resolução da questão, acionou a Justiça para requerer o pagamento e a rescisão do contrato. 

Na definição do próprio Ciro, na introdução da obra, o livro "é minha contribuição pessoal a uma reflexão inadiável sobre o Brasil, as raízes de seus graves problemas e as pistas para sua solução".

O livro expõe detalhadamente a proposta nacional-desenvolvimentista defendida pelo ex-governador do Ceará para o Brasil. São as bases programáticas em cima da quais ele pediu votos aos eleitores do País em quatro eleições: 1998, 2002, 2018 e 2022.

A reportagem do O POVO entrou em contato com o advogado de Ciro Gomes neste processo, André Garcia Xerez Silva, assim como com a Casa dos Mundos. Ambos não responderam. 

Na mesma quarta-feira em que deu entrada na Justiça contra a editora, Ciro deu palestra na OAB Ceará e se referiu a uma derrota judicial, esta no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), para o ex-presidente Fernando Collor de Melo. "Eu peguei um dano moral sabe de quem?", perguntou em tom de ironia.

"Do Collor", respondeu ele próprio sobre os R$ 800 mil que terá de pagar ao ex-presidente. Fernando Collor de Melo processou o cearense por ele ter dito que, se fosse o Lula nos debates de 1989, quando o líder petista enfrentou o alagoano, o chamaria de "playboy safado" e "cheirador de cocaína".

 

 

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