Bolsonaro espera que algum ministro peça vista e adie julgamento no TSE antes de Nunes Marques

Nunes Marques é o sexto a votar, quando o julgamento já pode estar definido para um lado ou para outro. Caso é somente uma das 16 ações contra Bolsonaro no TSE

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que o "ideal" seria que algum magistrado, já no início do julgamento da inelegibilidade pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), peça vista — isto é, mais tempo para analisar o processo. A declaração foi feita à CNN Brasil. As expectativas recaem sobre o ministro Kássio Nunes Marques, único indicado por Bolsonaro a fazer parte da composição do colegiado de sete ministros.

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Kássio, entretanto, será o sexto a votar, quando a "fatura" pode já estar definida para um lado ou para outro. São sete magistrados a votar. "Já que é um voto de quase 500 páginas (do relator, ministro Benedito Gonçalves) o ideal seria que alguém no início pedisse vista", disse Bolsonaro à emissora. O julgamento começou nesta quinta-feira, 22.

Eventual pedido de vista é a esperança de sobrevida do ex-presidente no TSE, o que prorrogaria a decisão por 3 meses. O TSE entra em recesso em julho. O eventual pedido de vista de Nunes Marques pode durar até 60 dias. São 90 dias, portanto.

A ação que pode tirar Bolsonaro da vida política foi movida pelo PDT de Ciro Gomes em consequência de questionamentos feitos por Bolsonaro ao sistema brasileiro de votação, eletrônico, durante reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada em julho de 2022. 

A reunião foi transmitida pela TV Brasil e pelas redes sociais. Nesta quinta-feira, 22, Bolsonaro disse à Folha que eventual condenação sua seria uma "afronta". A Corte votará, então, se Bolsonaro cometeu abuso de poder político e dos meios de comunicação.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nomeou cinco dos sete ministros que irão votar, entre os quais o cearense Raul Araújo Filho (veja mais aqui). O relatório do ministro Benedito Gonçalves (corregedor-geral do TSE) pede a inelegibilidade. 

No TSE tramitam 16 processos no total que podem tornar Bolsonaro inelegível. Entre eles, ações por ataques verbais ao sistema eleitoral ou pelo suposto uso da máquina pública em benefício próprio durante as eleições.

 

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