Vereadora tenta, pela segunda vez, proibir corrida de jumentos em Juazeiro do Norte
Jacqueline Gouveia (MDB) afirma que os animais são vítimas de maus-tratosFoi protocolado nesta quarta-feira, 21, na Câmara de Municipal de Juazeiro do Norte, um projeto de lei que prevê o fim sas corridas de jumentos na cidade. A proposta é de autoria da vereadora Jacqueline Gouveia (MDB). O projeto da parlamentar já tinha tramitado anteriormente na Câmara em 2022, mas foi rejeitado por 8 votos contra e 3 a favor.
Em entrevista à rádio O POVO CBN Cariri, a vereadora afirma que a prática das corridas ainda é vista como parte da cultura da cidade, mas que precisa ser revista pelas situações de maus-tratos a que os jumentos são submetidos.
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Segundo a parlamentar, os animais, “ao invés de terem sua aposentadoria” ao deixarem de contribuir com o trabalho, são explorados nas corridas, abandonados em estradas ou mandados para a Bahia, de onde são enviados para China para serem abatidos. Ela cita que, em 2022, os jumentos entraram em processo de extinção.
O projeto recebeu apoio do vereador Padre Paulo (PSD). Entretanto, Jacqueline conta que a maioria é favorável ao evento e alguns são patrocinadores dele. Ainda assim, ela aponta ser necessário continuar insistindo na pauta.
“Eu tenho vários jumentinhos que retirei de maus-tratos e vejo o quanto eles são incríveis. São criaturas humanitárias, eles tem sentimentos por nós. Eles têm um amor e uma pureza”, afirmou a vereadora.
Situação animal em Juazeiro do Norte
Além da situação dos jumentos, Jacqueline também comentou que os índices de abandono de animais em Juazeiro e região subiram depois da pandemia, aumentando em 70%. Ela atribui essa situação em parte à falta de investimentos em políticas públicas da cidade.
Outro motivo apontado são as doenças, pois os moradores estariam abandonando ao invés de cuidarem. Ela destaca ainda a falta de suporte do governo para a população com poucos recursos financeiros para contratar um veterinário
“Acabam soltando esses animais doentes nas ruas, assim causando sofrimento àquele animal, mas também aquele animal podendo transmitir doenças a outros animais e ser humano”, explica ela.
Em consequência dessa situação, ela aponta que o Cariri é “uma região endêmica de leishmaniose”, conhecido como calazar, com altos índices da doença em comparação ao resto do estado. Ela cobra uma ação dos órgãos responsáveis, pois há indicadores de pessoas morrendo com a doença.