Exército cancela porte de armas de Roberto Jefferson após ataque a agentes da PF

Em virtude da decisão, o deputado tem até 30 dias para devolver todos os armamentos que estão em sua posse

15:13 | Jun. 20, 2023

Por: Luíza Vieira
Brasília - Presidente Nacional do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), Roberto Jefferson, fala à imprensa após reunião com o presidente Michel Temer, no Palácio do Planalto (Valter Campanato/Agência Brasil) (foto: Arquivo/Valter Campanato/Agência Brasil)

O ex-deputado federal Roberto Jefferson foi notificado pelo Exército Brasileiro sobre o cancelamento do seu Certificado de Registro (CR), que autoriza o manuseio de arma de fogo. A ação decorre de um processo criminal que Jefferson responde após atirar em agentes da Polícia Federal que se deslocaram até a cidade de Levy Gasparian (RJ) para cumprir um mandado de prisão, em outubro do ano passado.

Em virtude da decisão, o deputado tem até 30 dias para devolver todos os armamentos que estão em sua posse.

“Tendo em vista instauração de processo administrativo para cancelamento de Certificado de Registro (CR), motivado pela existência de Ação Penal, em trâmite no Juízo Federal de Três Rios, da Comarca do Rio de Janeiro-RJ, informo decisão de cancelamento do CR, diante da irrefutável perda da idoneidade, condição sine qua non para o exercício de atividades com produtos controlados pelo Exército”, consta no texto que será entregue.

Em decorrência dos crimes cometidos em outubro do ano passado, Jefferson foi indiciado por tentativa de homicídio. No que antecede a isso, ele respondia a outros processos no Supremo Tribunal Federal (STF).

Atualmente, Jefferson está em tratamento psiquiátrico em um hospital penitenciário do Rio de Janeiro. Desde a prisão do ex-parlamentar, a defesa dele alega que o ex-deputado deveria ser colocado em prisão domiciliar por questões de saúde. Contudo, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) só autorizou a remoção após Roberto Jefferson sofrer uma queda dentro da prisão.

Depois do acidente, Jefferson passou por uma série de exames psiquiátricos em um hospital particular no Rio de Janeiro. No pedido feito ao STF, a defesa de Jefferson alega que seu cliente emagreceu 17 quilos nos sete meses em que permaneceu preso preventivamente e que, recentemente, tem escutado vozes.

Os advogados afirmam ainda que o ex-deputado não tem condições de permanecer preso na penitenciária em Bangu 8.

A pedido do ministro Alexandre de Moraes, o laudo médico elaborado pela Secretaria de Administração Penitenciária do Rio, aponta que Jefferson apresenta quadro depressivo.

No último dia 14, o ex-parlamentar completou 70 anos de idade, todavia, não houve comemoração, uma vez que as únicas visitas que pode receber é dos advogados e da esposa.