Moraes manda PF ouvir Bolsonaro sobre suposto plano golpista denunciado por Marcos do Val
Endereços ligados ao parlamentar, inclusive seu gabinete, foram alvo de buscas da Polícia FederalO ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta sexta-feira, 16, que a Polícia Federal tome um novo depoimento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Ele será ouvido no inquérito que investiga a versão do senador Marcos do Val (Podemos-ES) sobre um suposto plano golpista para manter Bolsonaro no poder após a derrota na eleição.
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Endereços ligados ao parlamentar, inclusive seu gabinete, foram alvo de buscas na quinta-feira, em nova fase da investigação. A PF chegou a pedir a prisão do senador, o que foi negado por Moraes. O celular dele foi apreendido.
Marcos do Val denunciou o caso em fevereiro e atribuiu as articulações golpistas ao próprio Bolsonaro e ao ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ). Ele também implicou o ministro Alexandre de Moraes, em versões contraditórias.
O senador alega que Daniel Silveira teria proposto, em uma reunião na presença de Bolsonaro, uma gravação clandestina de Moraes na tentativa de induzir o ministro a falar "algo no sentido de ultrapassar as quatro linhas da Constituição". O objetivo seria anular o resultado da eleição e prender Moraes, que também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O senador alegou ainda que se encontrou duas vezes com o ministro para falar sobre o suposto plano golpista, uma antes do encontro com Bolsonaro, outra depois. O senador declarou que não recebeu nenhum pedido para formalizar a denúncia, o que Moraes rebateu.
O presidente do TSE admitiu que esteve com Do Val em dezembro de 2022, mas só citou um encontro, após a suposta reunião dele com Bolsonaro. O ministro ainda destacou que cobrou do senador na ocasião que prestasse depoimento sobre o caso, mas ele teria se negado a colocar suas acusações "no papel".
Será o quarto depoimento de Bolsonaro à PF em 2023. O ex-presidente já prestou esclarecimentos sobre as joias sauditas, as fraudes em dados de vacinação da covid-19 e os atos golpistas do dia 8 de janeiro.