Arquivos mostram diálogos entre militares nos ataques do dia 8/1: "Foi bonito"

As mensagens encontradas pela PF detalham o comportamento de militares durante os ataques golpistas aos prédios do Congresso no dia 8 de janeiro

O ministro do Supremo Tribunal Federal (SFTF), Alexandre de Moraes, retirou os sigilos sobre as mensagens apreendidas pela Polícia Federal (PF) no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL). Os arquivos encontrados pela PF detalham o comportamento de militares durante os ataques golpistas aos prédios do Congresso no dia 8 de janeiro

Nas conversas entre os militares, é possível identificar o segundo-sargento Luis Marcos dos Reis conversando com o primo, Franculi, sobre a invasão aos prédios do Congresso. No diálogo, Dos Reis relata: “Foi bonito”. Posteriormente, ele descreve o que estava acontecendo naquele momento.

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"Entraram no Planalto, no Congresso, Câmara dos Deputados, entrou no STF. E quebrou, arrancou as togas lá daqueles ladrão (sic). Arrancou tudo! Foi, foi. O bicho pegou hoje aqui!", escreveu. Mais tarde, por volta de 20 horas, Luís Marcos dos Reis disse que já estava em casa e que trabalharia cedo no dia seguinte, mas que "o recado foi dado".

Veja o diálogo

 

Durante a gestão Bolsonaro, Dos Reis desempenhava o papel de assessor do presidente e, no dia dos ataques golpistas, o sargento subiu na cúpula do Congresso. Conforme o relatório da PF, o ex-assessor trocou mensagens com outros militares afirmando que estava “no meio da muvuca”.

Além da conversa com o primo, Dos Reis troca mensagens com uma mulher chamada “Sônia”, que comemora o fato de o ex-presidente Bolsonaro, intitulado pelos apoiadores como “Mito”, não estar no Brasil para que não levasse a culpa.

Veja

A PF concluiu que Dos Reis participou de todas as etapas do planejamento golpista, desde o acampamento no Quartel-General do Exército até a invasão propriamente dita. Além disso, o sargento trocou mensagens incentivando a "tomada de poder pelas Forças Armadas". No celular do militar, os policiais encontraram registros dele no 8 de janeiro.

Conforme o relatório de investigação da Polícia Federal, as mensagem mostram que Cid reuniu documentos para dar suporte jurídico à execução de um golpe de Estado.

"O investigado compilou estudos que tratam da atuação das Forças Armadas para Garantia dos Poderes Constitucionais e GLO. Os documentos tratam da possibilidade do emprego das Forças Armadas, em caráter excepcional, destinado a assegurar o funcionamento independente e harmônico dos Poderes da União, por meio de determinação do Presidente da República", consta no relatório.

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