Em reunião com Zanin, senador emedebista cita incômodo com decisões monocráticas do STF
O indicado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, para vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, ouviu nesta quarta-feira uma queixa comum entre políticos: de que a Corte deveria ter menos decisões monocráticas. Quem tocou no assunto foi o senador Marcelo Castro (MDB-PI).
Zanin encontrou-se com a bancada do MDB, mais uma parada de seu périplo para garantir votos no Senado. Castro participou da conversa.
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"Aproveitei a oportunidade para falar com o ministro Zanin dessa questão das decisões monocráticas do Supremo Tribunal Federal", declarou o senador a jornalistas. "O que a gente quer dizer? Quando for tomar uma decisão contra um Poder, que essa decisão seja colegiada e não seja decisão de um só ministro. Porque, entendemos nós, que é muito poder concentrado numa só pessoa", disse ele.
"Citei um exemplo. Aqui no Congresso fizemos uma luta muito grande pela divisão democrática dos royalties do petróleo. Aprovamos na Câmara, aprovamos no Senado, o presidente Lula vetou. Depois aprovamos no Senado, aprovamos na Câmara, a presidenta Dilma vetou. Nós derrubamos o veto, naquele tempo era difícil derrubar um veto presidencial, a lei entrou em vigor e a ministra Cármen Lúcia deu uma decisão liminar suspendendo a vigência da lei. Essa decisão liminar tem 10 anos", declarou Marcelo Castro.
A reunião de Zanin com os senadores do MDB foi na sala da liderança do partido, próxima ao gabinete do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Os 10 emedebistas devem votar a favor do indicado de Lula.
Há pouca resistência ao nome de Zanin no Senado. Agrada ao mundo político o perfil anti-Lava Jato do advogado e sua discrição. Nas conversas, ele também tem indicado que será acessível aos senadores depois de aprovado pela Casa.
As conversas individuais e com bancadas são um rito informal, mas politicamente indispensável. Ele precisa passar por sabatina da Comissão de Constituição e Justiça, marcada para a próxima quarta, dia 21, e ser aprovado pelo plenário da Casa com no mínimo 41 votos - há 81 senadores no total.
Nesta quarta, o advogado já esteve com a bancada do PT e com os senadores Romário (PL-RJ) e Tereza Cristina (PP-MS). Saindo da sala do MDB, foi para o gabinete de Alan Rick (União Brasil-AC).
Nas próximas horas ele deve se reunir com Jayme Campos (União Brasil-MT), Eduardo Girão (Novo-CE), Confúcio Moura (MDB-RO) e Ivete da Silveira (MDB-SC).
Há conversas marcadas com Carlos Viana (Podemos-MG) e Esperidião Amin (PP-SC) para quinta-feira. Na terça, Zanin também teve uma maratona de reuniões em gabinetes de senadores.
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