Relator e presidente da CPI do MST invadem casa em assentamento

O caso ocorreu no dia 29 de maio, durante uma visita dos congressistas ao assentamento do Pontal do Paranapanema, zona oeste de São Paulo

O deputado federal Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS), e também presidente da CPI que investiga a atuação do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), foi visto junto ao relator da Comissão, Ricardo Salles (PL-SP), entrando ilegalmente nas residências de militantes da Frente Nacional de Luta (FNL) em São Paulo.

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O caso ocorreu no dia 29 de maio, durante uma visita dos congressistas ao assentamento do Pontal do Paranapanema, zona oeste de São Paulo.

Nas imagens, gravadas por um integrante da comitiva, é possível ver que os parlamentares violaram as casas ao fotografar o interior delas com um aparelho celular. Com a ajuda de um assessor, o deputado puxa a lona de um dos barracos para ver o que há dentro.

Um ajudante de Salles entra em uma das casas e fotografa objetos pessoais, contudo, é retirado do local por um militante da FNL.

Em outra gravação, o deputado Nilto Tatto (PT-SP) aparece acompanhando a visita, reforçando que os deputados não podem “invadir a residência dos trabalhadores”. O presidente da CPI do MST, por sua vez, afirma que a “instrução processual” é dada por Salles, e o relator acrescenta: “Isso não é uma residência”.

Atualmente, o Assentamento do Pontal do Paranapanema abriga cerca de 2.500 famílias. Conforme congressistas da comitiva, a entrada não autorizada ocorreu para “coletar informações para a investigação”.

Além de Salles, Zucco e Tatto, estiveram presentes na visita os deputados Rodolfo Nogueira (PL-MS), Capitão Alden (PL-BA), Caroline de Toni (PL-SC), Magda Molfatto (PL-GO) e Messias Donato (Republicanos-ES).

A propriedade visitada pelos parlamentares é a fazenda de Santa Mônica, que está ocupada pela Frente Nacional de Luta, semelhante ao MST apenas em termos de operação.

No dia 30 de maio, data seguinte à visitação, a deputada Sâmia Bomfim (Psol) afirmou, durante sessão da CPI do MST, que a propriedade foi invadida por uma mulher chamada Maria Nanci, que acompanhou a diligência e foi acusada de assediar os ocupantes com o incentivo de Ricardo Salles. Segundo a deputada, Nanci pediu a reintegração de posse, contudo, o pedido foi negado porque não havia documentação validando a posse.

Sâmia ironizou Salles no que diz respeito à disputa pela prefeitura de São Paulo, reforçando que ele não tem apoio do seu próprio partido. O deputado, por sua vez, interrompeu Sâmia e cortou o seu microfone.

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