Conselho de Ética analisa representação contra Cid Gomes por chamar Lira de 'achacador'
Cid e Lira trocaram farpas ainda em 2019, quando a representação foi apresentada. À época o senador cearense chamou o deputado de "achacador"O Conselho de Ética do Senado se reúne nesta quarta-feira, 14, para analisar pedidos de representação contra senadores, protocolados na Casa. Entre as representações está uma feita, ainda em 2019, pelo então líder do PP na Câmara, deputado Arthur Lira, contra o senador cearense Cid Gomes (PDT). À época, Cid chamou Lira de “achacador” durante votação sobre o uso de recursos provenientes do pré-sal. Atualmente, Lira é presidente da Câmara dos Deputados.
"O que está acontecendo lá (na Câmara) é que o presidente está se transformando numa presa de um grupo de líderes, liderado por aquele que, podem escrever, é o projeto do futuro Eduardo Cunha brasileiro. Eduardo Cunha original está preso, mas está solto o líder do PP que se chama Arthur Lira, que é um achacador, uma pessoa que no seu dia a dia a sua prática é toda voltada para a chantagem, para a criação de dificuldades para encontrar propostas de solução", disse o cearense à época.
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Após a fala, Lira acionou o Conselho de Ética do Senado, alegando que Cid “abusou da imunidade parlamentar”. Na representação, o deputado traz diversas notícias de veículos jornalísticos repercutindo o caso. O parlamentar argumenta que Cid desferiu ofensas e atacou sua honra e sua imagem.
“O senador proferiu palavras injuriosas ultrapassando todos os limites e incorrendo em flagrante quebra de decoro parlamentar”, escreve. Segundo a representação, Cid “feriu a harmonia entre o Senado e a Câmara por simplesmente possuir posicionamento divergente em relação a projetos que tramitam no Congresso”, complementa.
Recentemente Cid voltou a criticar Lira, após sinais de aproximação com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Cid projetou que Lira "aumentaria a fatura" para aprovar medidas de interesse do governo na Câmara. A gente vai ter que conviver com esse cara, e toda coisa que tiver ele vai criar uma dificuldade, para depois vir vender a facilidade. E pode ter certeza que o preço da venda da facilidade vai aumentar, essa fatura vai aumentar", pontuou em maio deste ano.
As representações no Conselho de Ética podem ser apresentadas por parlamentares, partidos e cidadãos. Além de Cid, são alvos de pedidos de abertura de processo disciplinar os senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Davi Alcolumbre (União-AP), Jayme Campos (União-MT), Chico Rodrigues (PSB-RR), Humberto Costa (PT-PE), Jorge Kajuru (PSB-GO), Styvenson Valentim (Podemos-RN), Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Damares Alves (Republicanos-DF). Flávio e Kajuru são alvos de dois pedidos cada.
O senador Jayme Campos (UB) é o atual presidente do Conselho, que tem como vice o senador Eduardo Braga (MDB-AM). O colegiado recebe e analisa denúncias contra senadores, que podem resultar em medidas disciplinares como advertência, censura verbal ou escrita, perda temporária do exercício do cargo e perda do mandato.
Com informações da Agência Senado